O Secretário estadual dos Transportes Metropolitanos, Jurandir Fernandes, disse hoje que o governo de São Paulo decidiu ampliar o projeto do Veículo Leve Sobre Trilhos (VLT) da Baixada Santista, na tentativa de atrair mais empresas para a concorrência pública. Em 1º de fevereiro, a licitação da primeira fase do projeto que integra o Sistema Integrado Metropolitano (SIM) da Baixada Santista não atraiu nenhuma empresa e foi declarada deserta. O novo edital ainda não tem data para sair, mas segundo Fernandes, a secretaria vai trabalhar para lançá-lo ainda esse ano.
A intenção é revisar o projeto ampliando o trecho santista (Norte) em até 4 quilômetros, além de estendê-lo na ponta Sul, de modo que chegue até a Praia Grande. No primeiro edital, o projeto tinha 11 quilômetros de extensão interligando o Porto de Santos (Estuário) a Esplanada dos Barreiros, em São Vicente.
Em Santos, a extensão do VLT vai chegar até o bairro do Valongo, área do centro histórico que passa por um processo de revitalização e onde a Petrobras está construindo um prédio com três torres, onde vão trabalhar aproximadamente sete mil pessoas. "Existe um interesse bastante grande da Petrobras de participar conosco das negociações junto ao PAC da Mobilidade, junto à área federal, e isso pode alavancar também recursos federais. A situação de crescimento daquela região é inevitável", disse o secretário.
Fernandes afirma que o projeto do VLT será todo executado em fases e a secretaria pretende realizar uma nova pesquisa de Origem-Destino na Baixada no próximo ano, para atualizar as informações colhidas em 2005. Segundo ele, o VLT será uma "ponte metropolitana". "A ideia é já deixar isso claro aos municípios, tanto em Mongaguá, quanto Peruíbe e Itanhaém, é avançar com o VLT em característica regional", disse.
Segundo o secretário, estão sendo estudadas maneiras de preservar a malha ferroviária dos antigos trens que seguiam até o litoral sul de São Paulo, mesmo local onde deverão passar os novos trens leves. "Nós queremos fazer um plano imediato para dizer: essa faixa é uma faixa de trilho e será para trilho, e como nós estávamos já pensando no caso do VLT em fazer uma ciclovia junto, em paralelo, quem sabe a gente já vai ocupando essa faixa com a ciclovia", completou.
Fernandes esclareceu também que o fato do projeto do VLT ter sido transferido da Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos (EMTU) para a Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) não significa que o trem não será do tipo leve. "Através de um decreto de 2008, a CPTM foi encarregada de tratar de todo o sistema sob trilhos, seja leve, ou seja pesado". Porém, ele não descarta a possibilidade do projeto voltar para a EMTU, já que diversas aprovações e convênios já foram assinados com a empresa. "Se for para fazer tudo isso de novo, assinar todos os convênios, a gente volta para a EMTU agora, não tem problema", completou. Fonte: Estadão