Apesar do fracasso do leilão do trem-bala esta semana, os Correios mantêm o interesse em participar da operação do Trem de Alta Velocidade (TAV) planejado para ligar as cidades de Campinas, São Paulo e Rio de Janeiro. A Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) não participará das etapas da nova licitação, que deve ocorrer em 2012, mas vai procurar o consórcio vencedor da primeira fase para propor uma parceria.
"Vencida a primeira etapa de licitação no próximo ano e definidas as empresas para a operação do trem-bala, vamos nos oferecer para sermos sócios estratégicos", afirmou o presidente dos Correios, Wagner Pinheiro. "No mínimo, seremos clientes."
Segundo ele, as cidades que serão atendidas pelo trem de alta velocidade compõem o principal eixo de transporte de correspondências e encomendas pelos Correios, o que, por si só, já viabiliza a parceria.
Compra de empresas. O presidente da estatal destacou que o novo estatuto da companhia amplia a atuação da empresa, que poderá ter participação ou mesmo comprar outras firmas. "Mas não há nada definido sobre a criação de uma empresa aérea para transporte de carga nem de logística no curto e médio prazos. O que se avalia é fazer parcerias", afirmou.
Apesar de o novo estatuto aproximar os Correios do modelo administrativo das sociedades anônimas, Pinheiro descartou um processo de abertura de capital nos próximos anos.
"Abertura de capital não está na pauta do governo. Não se cogita isso", disse Wagner Pinheiro.
Lucro. Os Correios registraram lucro líquido de R$ 499,65 milhões no primeiro semestre de 2011, valor 48,2% superior ao obtido no mesmo período do ano passado.
De acordo com dados divulgados ontem, houve expansão de 11,72% nas receitas da companhia na primeira metade do ano, enquanto as despesas aumentaram 9,44%.
O resultado do primeiro semestre não inclui a licitação do Banco Postal em maio - na qual o Banco do Brasil saiu vencedor com um lance de R$ 2,3 bilhões - porque o contrato só foi assinado no dia 1.º de julho.
Investimentos. Os recursos devem ser utilizados no plano plurianual de investimentos dos Correios, que prevê o desembolso de R$ 4 bilhões até 2015.
O dinheiro será usado para a compra de veículos, modernização de agências e do parque de informática da companhia, além da melhoria e construção de novos centros de distribuição e terminais de carga.
Fonte: O Estado de S. Paulo