Secretário diz que pedirá antecipação da abertura dos portões em Itaquera.
Prefeitura e governo dizem estudar planos alternativos de mobilidade.
O secretário estadual de Transportes Metropolitanos, Jurandir Fernandes, disse esperar que a greve do Metrô termine ainda nesta segunda, mas diz que estuda planos alternativos caso o movimento continue até a abertura da Copa, na quinta-feira (12).
"Eu não quero dar a mínima impressão de que nós estamos preocupados com a quinta-feira hoje. Nós queremos acabar com a greve hoje", disse o secretário, que afirmou não ter receios quanto a operação para a Arena Corinthians na abertura da Copa do Mundo, dia 12.
Segundo o Fernandes, se os metroviários não cancelarem a greve, a secretaria vai trabalhar com "planos alternativos". "Nós vamos trabalhar com a Fifa para a abertura dos portões uma hora antes. Mas não há necessidade [de se pensar nisso] agora", reiterou.
O secretário ainda lembrou que a abertura da Copa será um feriado em São Paulo o que deve diminuir o fluxo de passageiros nos trens. "Hoje nós já estamos operando até Bresser como já operamos até Tatuapé. Por outro lado, você tem a CPTM operando direto até Itaquera. Há o feriado. O que nós temos hoje provisoriamente ou de uma forma parcial, nós já sairemos daqui pra frente desse patamar que nós estamos para melhor", afirmou.
Nesta manhã, o prefeito Fernando Haddad (PT) participou da apresentação Centro Aberto de Mídia (CAM) montado para receber jornalistas durante a Copa.
No evento, os responsáveis pela administração municipal afirmaram que estudam planos manter planos alternativos de transporte caso a greve continue até a abertura da Copa.
O ministro do Esporte, Aldo Rebelo, afirmou nesta segunda, em São Paulo, que a tendência é que a greve dos metroviários acabe até a abertura da Copa do Mundo. Ele evitou, no entanto, responder se há como garantir que o torcedor chegue de metrô até a Arena Corinthians, para ver a abertura do mundial.
Segundo Rebelo, o que pode ser feito para garantir o retorno dos metroviários ao trabalho é agir na esfera judicial. “Creio que a tendência é o movimento levar em conta a decisão da Justiça. Essa é a tendência dos trabalhadores e sempre foi. Não conheço aqui no Brasil greve que tenha persistido em desafiar uma decisão da Justiça."
Ele afirmou ainda que o governo federal não trabalha com plano B em caso de manutenção da paralisação. “O plano B é aquilo que a decisão judicial já antecipou”, afirmou, lembrando que o Tribunal Regional do Trabalho (TRT) fixou multas e sanções para o descumprimento da decisão. “Tem consequências e efeitos”, alertou.
Demissões
Os funcionários do Metrô que permanecem em greve têm até o fim desta tarde para retornar ao trabalho ou apresentar justificativas para a falta nesta segunda-feira (9), segundo Fernandes. "Eles não só podem como devem ser demitidos por justa causa. É uma obrigação nossa", afirmou em entrevista ao Radar SP.
Pela manhã desta segunda, cerca de 60 funcionários em greve já iriam receber notificações de demissão por justa causa. O secretário chamou essas demissões de "primeira leva" e destacou que foram casos extremos de funcionários que depredaram estações, impediram colegas de trabalhar ou abusaram do uso de carros de som.
Segundo Fernandes, 1.198 funcionários operacionais deveriam trabalhar nesta segunda-feira. Até o final da manhã, porém, apenas 29% do quadro de empregados estava trabalhando. Os funcionários que não trabalharam devem apresentar uma justificativa para a ausência. "Os que não forem enquadrados em nenhuma justificativa receberão uma notificação de demissão", explicou o secretário.
Negociação
Segundo Fernandes, não há possibilidade de negociação com o sindicato. "Depois do resultado do TRT [que julgou a greve como ilegal e abusiva], ainda insistir na greve é uma medida tresloucada, completamente insana", avaliou. Para o secretário, o limite da negociação foi alcançado na sexta-feira (6), e "o bom senso deve prevalecer nessa reta final".
O secretário insistiu ainda que, se considerados os acréscimos em benefícios como o ticket-refeição, o aumento concedido aos metroviários ultrapassa os dois dígitos reivindicados pelos funcionários. Os ganhos vão de 10,6% a 13,3%, afirmou Fernandes.
G1