Altino dos Prazeres afirmou que sindicato não vai recuar na greve.
Secretário ameaçou demitir grevistas que não retornarem ao trabalho.
O Sindicato dos Metroviários afirmou que só voltará a negociar com o Metrô caso as demissões promovidas na manhã desta segunda-feira (9) sejam revertidas. "Pedimos a reintegração de todos para continuar a negociar. Não negociamos até reintegrar. Estamos querendo que o Metrô sente para conversar", afirmou o presidente do sindicato, Altino dos Prazeres. A greve chegou ao seu quinto dia nesta segunda.
Pela manhã, o secretário dos Transportes Metropolitanos, Jurandir Fernandes, disse ao Radar SP que os grevistas que não retornarem ao trabalho até a tarde “devem” ser demitidos por justa causa. “É a nossa obrigação”, afirmou. Ele também disse que os 60 grevistas demitidos nesta manhã, segundo anúncio do Metrô, foram a “primeira leva”. Os nomes dos demitidos, no entanto, não foram divulgados pela empresa.
“Eles vão ter que demitir todo mundo. Os trens vão parar de funcionar”, disse o presidente do sindicato. Altino dos Prazeres ainda afirmou que a ameaça de demissão por justa causa não vai fazer os grevistas recuarem da greve e “só piorou” a situação. “Esse ultimato do secretário inflama mais a categoria, a categoria fica mais revoltada”, afirmou.
A secretaria divulgou 60 demissões pela manhã, mas Altino disse que o sindicato não confirma esse número e nem os nomes dos demitidos. “Eu não tenho certeza de quem foi demitido, mas sei que alguns são diretores do sindicato. Estamos conversando para descobrir quem foi”, disse.
Para Altino dos Prazeres, os trabalhadores não vão voltar mesmo com a ameaça de demissão. Ele chamou de “muita propaganda” a fala do secretário, que disse ter confiança no retorno ao trabalho da maioria dos grevistas. “Pouca gente voltou até agora, tanto que não são todas as estações abertas”, disse o sindicalista.
Na tarde desta segunda, o sindicato tem uma assembleia marcada. Segundo o presidente, a assembleia vai avaliar “os próximos passos” do movimento. “Estamos mais uma vez conversando para resolver esse impasse e claro que os advogados também estão resolvendo essa questão da ilegalidade da greve”, afirmou.
O sindicato pede aumento de 12,2%, enquanto o governo oferece 8,7%.
G1