Passageiros comemoram suspensão de greve e funcionamento do Metrô

Paralisação foi suspensa na noite de segunda-feira (9).
Usuários relatam transtornos enfrentados durante os dias sem Metrô.

Após cinco dias de sufoco com a paralisação da greve dos metroviários de São Paulo, o paulistano voltou a respirar aliviado na manhã desta terça-feira (10) depois da suspensão da greve. As 65 estações das 5 linhas da capital funcionavam normalmente nesta manhã

O governo do estado demitiu 42 funcionários por justa causa. O sindicato da categoria quer a readmissão dos profissionais e ameaça parar novamente na quinta-feira (12), data da abertura da Copa do Mundo.

A estudante de odontologia Vanessa, que faltava nas aulas da faculdade desde quinta-feira (5), dia do início da greve, conta que perdeu duas provas por não ter como se locomover até a Praça da Árvore, na Zona Sul. Nesta manhã de segunda, ela conseguia tomar seu café tranquilamente na porta da estação Tucuruvi, da Linha 1-Azul, na Zona Norte. “São Paulo é uma cidade muito grande, então depende do Metrô.

Sem Metrô, os ônibus ficam lotados e cidade com muito trânsito”. Filha de metroviário, ela também foi prejudicada com a paralisação e disse que o funcionamento do meio de transporte é fundamental.
Morador de Francisco Morato, na Grande São Paulo, o segurança Janiel Peixoto, de 23 anos, sai de casa todos os dias às 4h e leva cerca de 2 horas e 30 minutos durante o trajeto para ir até o serviço no Bosque Maia, bairro de Guarulhos, outro município da região metropolitana.

“Eu vinha até a Estação da Luz, mas não conseguia prosseguir. Gastei dinheiro e paciência. Acordar cedo e depois voltar para casa, preferia ter ido trabalhar. É um alívio ter como chegar aos serviço”, reclama o usuário do Metrô.

Diferentemente do discurso do Sindicato dos Metroviários, que afirmou ter apoio da população no movimento por reajuste salarial, os passageiros não demonstraram tanta compreensão com a greve.

O deficiente físico Rubens Ferreira, de 53 anos, levou mais que o dobro do tempo para fazer o mesmo trajeto do Jabaquara à Santana, que costuma fazer em 45 minutos nos dias de greve. Ele só conseguiu ir trabalhar, pois pegava o ônibus no ponto final e conseguia sentar. “Eu não posso ficar muito sentado que é ruim”, disse ele, que considera a greve injusta “Eles não ganham mal, isso só prejudica a população.”

Vindo de Osasco, na Grande São Paulo, o técnico de som Sérgio Simonato, de 57 anos, só conseguiu chegar até Mairiporã porque contou com transporte da própria empresa. Acostumado a levar mais de 2 horas para chegar ao trabalho, ele conta que gastou o dobro do tempo para se locomover. “Peguei muito trânsito”, reclama ele, que não concordou com a paralisação. “Quem não quiser trabalhar, não venha, só não pode prejudicar os outros.”

A greve dos metroviários também afetou a rotina dos comerciantes que ficam próximo das estações. A gerente de uma lanchonete do Shopping Metrô Tucuruvi, que possui conexão com a estação, diz que as vendas caíram e a loja teve prejuízo. “Como aqui é acesso para pegar ônibus, as pessoas não entravam no shopping só para tomar um café e comprar um pão de queijo”, disse Erica Oliveira de 22 anos, que conta que as vendas caíram para menos de um quarto do total vendido nesse período.

G1

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Página: Oficial Diário da CPTM

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