Foto: Ricardo Zarinatto / Diário da CPTM |
A preparação de trabalhadores para atividades que exijam mais qualificação tem obrigado as empresas a investir, elas próprias, em formas de ensino. Inclusive com apoio de equipamentos sofisticados - como mostra a reportagem de Roberto Paiva.
A empresa de coleta de lixo tem dificuldade para contratar motoristas. Na falta de mão de obra qualificada, a empresa investiu num simulador que prepara os motoristas novos e recicla os antigos. “De cada dez, dois no máximo passam”, conta um funcionário.
O equipamento cria falhas no veículo, muda as condições do clima e ainda gera situação de alto risco, como o caminhão, que cruza a pista de repente.
Ivanildo é motorista há cinco anos. Nas primeiras simulações, bateu num caminhão e atropelou um pedestre. “O ônibus parou no acostamento e a pessoa surgiu e invadiu a pista”, conta Ivanildo.
Os simuladores também a ajudam a formar e a treinar maquinistas. O equipamento mostrado em vídeo reproduz a cabine de um trem, inclusive com todos os instrumentos. No telão, são criadas situações que podem ocorrer no dia a dia.
“O pedestre por pular o muro de uma estação, por exemplo, e aparecer na via. Então, isso aqui vai simular a reação do maquinista”, conta Dirceu Pereira de Souza, maquinista.
Quem cria as dificuldades fica numa sala ao lado. “Aqui eu posso colocar chuva, neblina. E tudo o que ele faz lá fica registrado aqui”, explica Elisabeth Quintiliano da Silva, supervisora de maquinista.
As imagens que os maquinistas veem são uma cópia fiel dos trajetos e das estações de São Paulo. Tão importante quanto a segurança é evitar os atrasos.
“Nós temos um intervalo muito curto entre trens. Então, a ação dele vai agilizar para que não tenha obstrução da via”, explica Anderson dos Santos Liberato, supervisor de maquinista.
A companhia de trens investiu R$ 10 milhões nos equipamentos. Mas espera economizar em tempo. Antes, levava um ano para formar um maquinista. Agora, acredita que esse prazo caia pela metade.
Fonte: G1