Metrô de São Paulo vai funcionar até 0h30 nos dias de jogos que começam às 22h, depois da novela "Império".
Por Kiko Nogueira
A decisão de manter o metrô funcionando até mais tarde em dias de jogo no Itaquerão não é boa para o torcedor, não é boa para o esporte, não é boa para os funcionários, não faz sentido.
Ou melhor, faz sentido para quem manda no futebol e, em certa medida, na cidade: a Globo e, em sua cola, os dirigentes e quem tem medo ou se beneficia do conluio.
A resolução foi tomada numa reunião entre o presidente e o ex-presidente do Corinthians (para que os dois?) e secretários de Geraldo Alckmin. Partidas continuarão acontecendo às 10 da noite, para coincidir com o fim da novela “Império”. A CPTM passará a operar até meia-noite e meia, ao invés de 0h19. Isso vale também para o Pacaembu, o Palestra Itália, o Morumbi e o Canindé.
(Na quarta passada, corintianos que ficaram até o fim da partida perderam o trem. Os que saíram antes não viram o gol de Renato Augusto contra o Bahia.)
A suposta rapidez com que o problema foi resolvido significa, na verdade, que as coisas já estavam bem encaminhadas. Foi-se uma chance de, se não acabar com uma aberração, ao menos colocá-la em discussão de maneira transparente.
Não há problema no metrô funcionar até mais tarde em determinados dias da semana. O de Paris, por exemplo, vai até as 2h15 às sextas e sábados. A questão é o motivo. O transporte público de uma cidade como São Paulo ficou de joelhos diante de uma grade de programação televisiva.
Altino Prazeres, presidente do sindicato dos metroviários, declarou à ESPN que o atendimento será prejudicado. “Além de torcedores, eles são trabalhadores. Mesmo com o metrô aberto, eles demoram para chegar em suas casas e ainda têm de ir ao trabalho no dia seguinte. Por que não se muda o horário do jogo? É uma decisão que só atende à TV Globo”, afirmou.
Altino viu o óbvio: “O que me deixa inconformado é que tem uma decisão muito mais fácil nesse caso, que é a de mudar o horário do jogo. O cara que vai de carro para lá tem de voltar para a casa de madrugada, se arriscando, por causa de uma TV”.
Como no “Leopardo”, algo deve mudar para tudo continuar como está. O estádios vazios são apenas a parte mais feia e visível da história.
A decisão de manter o metrô funcionando até mais tarde em dias de jogo no Itaquerão não é boa para o torcedor, não é boa para o esporte, não é boa para os funcionários, não faz sentido.
Ou melhor, faz sentido para quem manda no futebol e, em certa medida, na cidade: a Globo e, em sua cola, os dirigentes e quem tem medo ou se beneficia do conluio.
A resolução foi tomada numa reunião entre o presidente e o ex-presidente do Corinthians (para que os dois?) e secretários de Geraldo Alckmin. Partidas continuarão acontecendo às 10 da noite, para coincidir com o fim da novela “Império”. A CPTM passará a operar até meia-noite e meia, ao invés de 0h19. Isso vale também para o Pacaembu, o Palestra Itália, o Morumbi e o Canindé.
(Na quarta passada, corintianos que ficaram até o fim da partida perderam o trem. Os que saíram antes não viram o gol de Renato Augusto contra o Bahia.)
A suposta rapidez com que o problema foi resolvido significa, na verdade, que as coisas já estavam bem encaminhadas. Foi-se uma chance de, se não acabar com uma aberração, ao menos colocá-la em discussão de maneira transparente.
Não há problema no metrô funcionar até mais tarde em determinados dias da semana. O de Paris, por exemplo, vai até as 2h15 às sextas e sábados. A questão é o motivo. O transporte público de uma cidade como São Paulo ficou de joelhos diante de uma grade de programação televisiva.
Altino Prazeres, presidente do sindicato dos metroviários, declarou à ESPN que o atendimento será prejudicado. “Além de torcedores, eles são trabalhadores. Mesmo com o metrô aberto, eles demoram para chegar em suas casas e ainda têm de ir ao trabalho no dia seguinte. Por que não se muda o horário do jogo? É uma decisão que só atende à TV Globo”, afirmou.
Altino viu o óbvio: “O que me deixa inconformado é que tem uma decisão muito mais fácil nesse caso, que é a de mudar o horário do jogo. O cara que vai de carro para lá tem de voltar para a casa de madrugada, se arriscando, por causa de uma TV”.
Como no “Leopardo”, algo deve mudar para tudo continuar como está. O estádios vazios são apenas a parte mais feia e visível da história.
DCM
Kiko Nogueira é diretor-adjunto do Diário do Centro do Mundo. Jornalista e músico. Foi fundador e diretor de redação da Revista Alfa; editor da Veja São Paulo; diretor de redação da Viagem e Turismo e do Guia Quatro Rodas.