Lucilene Oliveira/ Diário SP / Flagrante de idoso em pé
Assento preferencial é utilizado por usuário comum, enquanto aposentado viaja em corredor
Por: Lucilene Oliveira
lucilene.oliveira@diariosp.com.br
Mesmo fora do horário de pico, não são raras as vezes em que pessoas com mais de 60 anos não conseguem um lugar para sentar no Metrô de São Paulo. De manhã, a queixa dos idosos é que, por causa da superlotação, na maioria das situações quem está no banco reservado não cede o assento.
Nos horários entrepicos, devido à grande concentração de idosos, a reclamação é outra. “Se já tem um idoso ou grávida no banco preferencial nem adianta achar que vai sentar. As pessoas que estão no comum não perguntam se a gente precisa do assento”, disse a dona de casa Conceição Aparecida dos Santos, de 65 anos, que faz o percurso da Estação Arthur Alvim à Sé, da Linha 3-Vermelha todas as terças-feiras.
“Eu nunca peço para sentar. Só uma vez eu pedi porque estava passando mal. A pessoa que estava no preferencial não deu. Uma moça de outro assento levantou para eu sentar”, acrescentou a idosa.
Na manhã de ontem (29) o DIÁRIO flagrou o desrespeito ao assento reservado. Um aposentado de 68 anos viajou cerca de 30 minutos em pé da Estação Sé à Penha. Roberto Gimenez fez todo o percurso em frente a um banco preferencial, ocupado por um homem de meia idade.
“Eu não peço para sentar. Graças a Deus ainda consigo andar. Prefiro ir em pé para evitar confusão. É melhor do que receber uma resposta atravessada”, disse Roberto.
Na maior parte do tempo o homem que ocupava o banco preferencial irregularmente estava com os olhos fechados ou olhando para baixo. “É uma tática. Eles fazem que não estão vendo. Fingem que estão dormindo ou ficam de cabeça baixa usando o celular”, observou a aposentada Eli Silva, 66.
As amigas Helena, 70, Elvira, 74, e Elza, 66, fazem ginástica laboral todos os dias no Tatuapé, na Zona Leste. Todas moram em Itaquera. De Metrô, o percurso é feito em menos de trinta minutos. De ônibus, o tempo chega a dobrar.
“Mesmo assim, de manhã nós vamos de ônibus porque vamos sentadas. Só na volta (no início da tarde) a gente usa o Metrô”, disse Helena.
Queixas de banco reservado caíram 24,5%, diz empresa
Em nota, o Metrô afirmou que as orientações sobre o uso adequado dos assentos preferenciais são feitas constantemente por meio de avisos sonoros nos trens e nas estações. “Além disso, o uso correto dos bancos reservados foi tema das campanhas educativas (Espalhe Respeito e Metrô para Todos), feitas pela companhia recentemente para incentivar o bom convívio no sistema”, afirmou a empresa.
De acordo com o Metrô, no primeiro semestre de 2013, o serviço de denúncia recebeu 311 queixas. No mesmo período deste ano foram 235, uma queda de 24,5%. No entanto, nenhum dos passageiros ouvidos pela reportagem disse já ter denunciado o uso inadequado do assento.
A disposição dos assentos preferenciais no Metrô segue as normas da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) e todos são destacados por uma cor diferente dos demais assentos, além de contarem com placas que indicam a preferência.
Diário de SP
Assento preferencial é utilizado por usuário comum, enquanto aposentado viaja em corredor
Por: Lucilene Oliveira
lucilene.oliveira@diariosp.com.br
Mesmo fora do horário de pico, não são raras as vezes em que pessoas com mais de 60 anos não conseguem um lugar para sentar no Metrô de São Paulo. De manhã, a queixa dos idosos é que, por causa da superlotação, na maioria das situações quem está no banco reservado não cede o assento.
Nos horários entrepicos, devido à grande concentração de idosos, a reclamação é outra. “Se já tem um idoso ou grávida no banco preferencial nem adianta achar que vai sentar. As pessoas que estão no comum não perguntam se a gente precisa do assento”, disse a dona de casa Conceição Aparecida dos Santos, de 65 anos, que faz o percurso da Estação Arthur Alvim à Sé, da Linha 3-Vermelha todas as terças-feiras.
“Eu nunca peço para sentar. Só uma vez eu pedi porque estava passando mal. A pessoa que estava no preferencial não deu. Uma moça de outro assento levantou para eu sentar”, acrescentou a idosa.
Na manhã de ontem (29) o DIÁRIO flagrou o desrespeito ao assento reservado. Um aposentado de 68 anos viajou cerca de 30 minutos em pé da Estação Sé à Penha. Roberto Gimenez fez todo o percurso em frente a um banco preferencial, ocupado por um homem de meia idade.
“Eu não peço para sentar. Graças a Deus ainda consigo andar. Prefiro ir em pé para evitar confusão. É melhor do que receber uma resposta atravessada”, disse Roberto.
Na maior parte do tempo o homem que ocupava o banco preferencial irregularmente estava com os olhos fechados ou olhando para baixo. “É uma tática. Eles fazem que não estão vendo. Fingem que estão dormindo ou ficam de cabeça baixa usando o celular”, observou a aposentada Eli Silva, 66.
As amigas Helena, 70, Elvira, 74, e Elza, 66, fazem ginástica laboral todos os dias no Tatuapé, na Zona Leste. Todas moram em Itaquera. De Metrô, o percurso é feito em menos de trinta minutos. De ônibus, o tempo chega a dobrar.
“Mesmo assim, de manhã nós vamos de ônibus porque vamos sentadas. Só na volta (no início da tarde) a gente usa o Metrô”, disse Helena.
Queixas de banco reservado caíram 24,5%, diz empresa
Em nota, o Metrô afirmou que as orientações sobre o uso adequado dos assentos preferenciais são feitas constantemente por meio de avisos sonoros nos trens e nas estações. “Além disso, o uso correto dos bancos reservados foi tema das campanhas educativas (Espalhe Respeito e Metrô para Todos), feitas pela companhia recentemente para incentivar o bom convívio no sistema”, afirmou a empresa.
De acordo com o Metrô, no primeiro semestre de 2013, o serviço de denúncia recebeu 311 queixas. No mesmo período deste ano foram 235, uma queda de 24,5%. No entanto, nenhum dos passageiros ouvidos pela reportagem disse já ter denunciado o uso inadequado do assento.
A disposição dos assentos preferenciais no Metrô segue as normas da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) e todos são destacados por uma cor diferente dos demais assentos, além de contarem com placas que indicam a preferência.
Diário de SP