ESTAMOS EM MANUTENÇÃO

4 de junho de 2014

Proposta do Metrô não agrada funcionários e greve deve ser definida nesta noite

Companhia ofereceu 8,7% de reajuste; categoria pedia ao menos 16% para não cruzar os braços

O Sindicato dos Metroviários recusou, nesta quarta-feira (4), contraproposta apresentada pelo Metrô em reunião de negociação ocorrida no TRT (Tribunal Regional do Trabalho). De acordo com o tribunal, a companhia ofereceu reajuste de 8,7%, vale-refeição de R$ 669,16, vale alimentação de R$ 290 (além de um vale extra no mesmo valor para este ano) e se colocou à disposição para continuar discutindo o plano de carreira.

Com isso, os metroviários devem paralisar suas atividades a partir da madrugada desta quinta-feira (5), mas a decisão será tomada em uma assembleia na sede do Sindicato dos Metroviários às 18h30. A uma semana do início da Copa do Mundo de futebol, os passageiros das linhas 1-Azul, 2-Verde, 3-Vermelha e 5-Lilás podem ficar sem transporte por tempo indeterminado.

O presidente do Metrô, Luiz Antonio Carvalho Pacheco, descartou a possibilidade de catraca livre, hipótese aventada pelos trabalhadores para evitar transtornos à população.

— Não vemos nenhum sentido nisso, porque é um prejuízo para toda a população — até mesmo para os metroviários. O Metrô tem uma única fonte de receita: a venda dos bilhetes. A perda de receita é um contrassenso se estamos negociando melhores condições de salário.

O próprio Pacheco, entretanto, admitiu que para a população a melhor saída seria a adoção da catraca livre.

— Provavelmente, do ponto de vista da operação do dia a dia da cidade, a questão de você poder utilizar o metrô sempre é a melhor alternativa. Agora, o custo de se fazer isso é muito alto.

De acordo com ele, o Metrô arrecada cerca de R$ 5 milhões por dia com a venda de passagens.

Ainda segundo Pacheco, o Metrô tem feito "um esforço muito grande" nos últimos dois anos de tocar a operação, com processo de racionalização de custos e economia interna.

— Eu disse ontem [terça-feira] ao governador que com esse pacote de propostas [aos metroviários], o Metrô consegue cumprir e chegar até o fim do ano com a expectativa de uma questão tarifária para o ano que vem.

Mas o presidente do Sindicato dos Metroviários, Altino de Melo Prazeres Júnior, contesta.

— O balanço social do Metrô é altamente positivo. O problema é que, se for verdade, o que o presidente do Metrô está falando, ele está assinando embaixo que o metrô tem que ser superlotado e ficar no sufoco permanente para as próximas décadas. O metrô de Nova York, o de Paris e o de Londres são subsidiados, não ficam só na tarifa.

R7