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15 de março de 2013

Estado cobra ação da prefeitura para obras no Metrô

Segundo o Metrô, se 1.200 famílias não forem retiradas de áreas da obra, os trabalhos correm risco de ser interrompidos a partir do segundo semestre

O governo do estado de São Paulo afirma que a demora da prefeitura em fazer desapropriações para obras do Metrô coloca em risco o andamento da construção de duas linhas. Segundo a companhia, se 1.200 famílias não forem retiradas ainda neste ano, os trabalhos correm risco de ser interrompidos a partir do segundo semestre. As linhas que podem ter as obras paralisadas são as maiores apostas do estado para resolver os problemas de mobilidade da cidade: os monotrilhos das Linhas 15-Prata (Vila Prudente - Cidade Tiradentes, na Zona Leste) e 17-Ouro (Aeroporto de Congonhas - Morumbi, na Zona Sul). Os projetos somam 5,5 bilhões de reais em investimentos.

A vantagem dos monotrilhos é justamente a possibilidade de a construção ser mais rápida e barata, já que as linhas ficam acima do solo, em vias elevadas. No entanto, os projetos que o Metrô fez para as duas linhas contavam com a participação da administração municipal – e convênios firmados na gestão Gilberto Kassab (PSD) transferiam à prefeitura a responsabilidade de fazer algumas desapropriações para abrir espaço para os trilhos.

No caso da Linha 15-Prata, o Metrô diz ter condições de honrar compromissos públicos de entregar dez estações até o ano que vem, até o distrito Iguatemi. De lá em diante, diz o secretário de estado dos transportes metropolitanos, Jurandir Fernandes, a obra só continua se houver desapropriações na Avenida Ragueb Chohfi e nas estradas Iguatemi e dos Metalúrgicos. Essas vias precisam ser alargadas para receber canteiros centrais, onde o viaduto do monotrilho é erguido. A promessa é a linha chegar a Cidade Tiradentes em 2016.

O prefeito Fernando Haddad (PT) disse, na quinta-feira, em visita à região, que buscaria verbas do governo federal para duplicar a estrada do Iguatemi. "O metrô está longe daqui ainda, mas o dia em que ele chegar, a via vai precisar de um canteiro central", afirmou, sem dar prazos.

Já na Linha 17-Ouro, os problemas envolvem as duas pontas do ramal. O projeto foi feito baseado na promessa do administração anterior de construir um túnel ligando a Avenida Jornalista Roberto Marinho (onde já há obras do monotrilho) à Rodovia dos Imigrantes, no Jabaquara. O projeto, concluído em dezembro, prevê desapropriar 8.000 famílias. "Precisamos que a prefeitura desaproprie ao menos 1.200 famílias imediatamente", diz Fernandes. Elas estão na faixa de vinte metros de largura que são necessárias para o monotrilho.

No lado oposto, no Morumbi, a prefeitura precisaria fazer uma continuação da recém-aberta Avenida Hebe Camargo, e um piscinão. Senão, a linha não chega à Avenida Francisco Morato. Questionada sobre as supostas pendências, a prefeitura não se manifestou sobre o tema.

Não é a primeira vez que divergências de prazos entre prefeitura e estado atrasam obras do metrô. A própria Linha 17 tinha cronograma original de conclusão para 2014, na Copa do Mundo. Mas ela atrasou, entre outros motivos, por demora na emissão de licenças ambientais por parte da prefeitura.

Boa parte das 8.000 famílias na área de desapropriação habita favelas. A promessa é de que sejam construídas moradias populares para elas e só, então, seriam removidas.

(Com Estadão Conteúdo)
Fonte: Estadão


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