Em visita ao Brasil no início do mês, representantes da Pskovelektrosvar já iniciaram negociações com empresas estatais e privadas no Brasil. Entre elas, o governo do Estado de Goiás, CPTM e Metrô de São Paulo.
Com 28.692 quilômetros de ferrovias, de acordo com dados de agosto da ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres), e tendo em vista grandes eventos como a Copa do Mundo e os jogos Olímpicos, o Brasil não poderia ser melhor paradeiro para o empresário Serguêi Juraliov.
Diretor-geral da companhia Pskovelektrosvar (do russo, “Soldagem Elétrica de Pskov”), o russo esteve no Brasil no início de outubro com uma missão empresarial para oferecer ao país latino-americano serviços na área de construção de ferrovias, canos e equipamentos de mineração, com foco nas vias férreas.
“Nossa companhia já está há 40 anos no mercado de equipamentos para soldagem de canos, trilhos e ferrovias de soldagem contínua e de alta velocidade, e aqui no Brasil há muitos projetos para desenvolvimento da estrutura ferroviária”, disse Juraliov à Gazeta Russa.
A Rússia tem hoje uma das maiores malhas de vias férreas do mundo, com extensão de 86 mil quilômetros, de acordo com dados de 2010 do Ministério dos Transportes russo.
O país fica atrás apenas dos Estados Unidos, que tem uma rede de 194,7 mil km de extensão. Já a extensão de ferrovias eletrificadas da Rússia é a primeira do mundo, e soma 40.033 quilômetros.
No metrô, o país também é um dos maiores do mundo – atrás apenas de Londres (402 km), Seul (389,3 km), de Pequim (372 km) e de Nova York (337 km). O metrô moscovita conta com uma rede de 12 linhas e 186 estações que somam 308,7 km – contra os atuais 130,6 do metrô de São Paulo.
Com experiência na construção de trilhos tanto para trens-bala como para metrôs, Juraliov já iniciou conversações no mercado brasileiro.
“Recebemos propostas de companhias estatais e privadas. Entre elas, do governo do Estado de Goiás, para onde já fizemos uma viagem e assinamos um acordo de intenções, além de CPTM, metrô de São Paulo e outras. Discutimos a possibilidade de construção de fábricas para a produção de cabos e para o desenvolvimento da rede elétrica”, conta Juravliov.
De acordo com o empresário, a Pskovelectrosvarka também propôs a formação de um grupo de especialistas brasileiros que deve visitar a unidade federativa russa de Pskov, no extremo Oeste russo, até o final deste ano, para conhecer as instalações da empresa e estabelecer relações comerciais.
Uma holding composta por 5 grandes companhias fabricantes de cabos, plantas de solda elétrica, de fundição e de produção de equipamento para pesquisas geofísicas, a Psikovelektrosvarka já desenvolveu projetos tanto na Rússia como em países da ex-União Soviética, além de Cuba, e Líbia.
“Lá as fábricas já estão funcionando e as ferrovias, em construção”, conta Juravliov.
Ele lembra também que o uso de trens-balas se torna essencial para Rússia e Brasil, ambos em vésperas de jogos olímpicos e Copa.
“Hoje, as ferrovias rápidas que ligam Moscou a São Petersburgo diminuíram o tempo de viagem entre as cidades de 8 para 3,5 horas. Acreditamos que agora é preciso ligar também as maiores cidades do Brasil com mais linhas”, afirma.
Enquanto estabelece contatos e aguarda para fechar contratos com as companhias brasileiras, Serguêi já aprende palavras-chaves para estabelecer boas relações no Brasil: “churrascaria” e “capirinha” já estão no vocabulário, e ele repete rindo bonachão.
Marina Darmaros, Gazeta Russa