A Prefeitura de São Paulo já começou o processo para troca de sistema do bilhete único do transporte coletivo. Se os prazos legais forem respeitados, a empresa que vai fazer a mudança será definida até o fim do semestre. Uma falha de segurança nos cartões permite fraudes nas catracas de ônibus e do Metrô.
O edital para a troca dos sistemas, sob responsabilidade da São Paulo Transportes (SPTrans), foi aberto para consulta pública na semana passada. A licitação para a mudança no sistema deverá custar cerca de R$ 276 milhões. A maior parte dos recursos vai para os serviços da central de processamento de dados - a empresa contratada terá de fornecer servidores, bancos de dados e conexão para o Metrô, internet, garagens e terminais, além de fazer toda a migração do sistema antigo para o novo.
Além disso, R$ 56 milhões serão necessários para comprar as licenças de softwares e desenvolver aplicativos próprios para operar o processamento do bilhete único. O preço de manutenção e operação do sistema por cinco anos - prazo máximo permitido por lei - também foi incluído na licitação.
Segundo as informações do edital, esse etapa tem de ser cumprida antes de a Prefeitura iniciar seu projeto de substituir todos os cartões de bilhete único ativos na cidade - a estimativa é de que eles somem 25 milhões de unidades.
Problema. Há duas semanas, o Estado revelou que uma falha de segurança no atual sistema do bilhete único permite a liberação de catracas de ônibus, trens e metrô sem pagamento de passagem. A falha foi descoberta pelo pesquisador Gabriel Lima, de 21 anos.
Sócio da empresa de segurança Pontosec, da Vila Romana, na zona oeste, ele decidiu testar a segurança do bilhete único após saber de fraudes parecidas ocorridas em outros países. Três semanas depois, descobriu que era possível invadir o sistema. E avisou a SPTrans sobre o problema.
A falha permite que os dados sobre créditos contidos no cartão sejam copiados para um computador. Quando o cartão está vazio, essas informações podem ser coladas novamente no novo bilhete - o que, na prática, permite que um cartão sem saldo seja usado para liberar as catracas.
No edital colocado para consulta pública, a SPTrans não menciona que o atual sistema do bilhete único está sujeito a fraudes. O texto afirma que "é natural" a mudança no sistema, que já tem sete anos.
Em nota, a SPTrans diz que a "licitação para troca dos sistemas de processamento de dados do bilhete único não tem qualquer relação com a suposta violação de segurança dos cartões". Informa ainda que a licitação está sendo realizada desde dezembro - a audiência pública foi feita em 5 de janeiro.
A empresa diz também que, se o processo transcorrer dentro da normalidade, a troca dos cartões deve começar no início do ano que vem.
Investigações. O Ministério Público Estadual investiga a falha de segurança nos cartões. Em depoimento na sexta-feira, o pesquisador Lima relatou ao promotor Valter Foleto Santin, secretário da Promotoria de Justiça de Defesa do Patrimônio Público e Social, que técnicos da SPTrans confirmaram a ele a fragilidade do sistema.
Já a SPTrans não dá informações sobre a apuração interna do caso: "As investigações da suposta fraude ainda estão em curso, dentro do prazo inicial de 30 dias", diz a empresa.
Bilhete USP. No primeiro dia de uso do Bilhete USP (Busp), alguns alunos e funcionários da Cidade Universitária, na zona oeste, não conseguiram usar o cartão nas duas linhas da São Paulo Transporte (SPTrans) criadas para substituir os circulares do câmpus. Funcionários disseram que uma parte dos cartões deverá ser substituída.
Fonte: Estadão
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O edital para a troca dos sistemas, sob responsabilidade da São Paulo Transportes (SPTrans), foi aberto para consulta pública na semana passada. A licitação para a mudança no sistema deverá custar cerca de R$ 276 milhões. A maior parte dos recursos vai para os serviços da central de processamento de dados - a empresa contratada terá de fornecer servidores, bancos de dados e conexão para o Metrô, internet, garagens e terminais, além de fazer toda a migração do sistema antigo para o novo.
Além disso, R$ 56 milhões serão necessários para comprar as licenças de softwares e desenvolver aplicativos próprios para operar o processamento do bilhete único. O preço de manutenção e operação do sistema por cinco anos - prazo máximo permitido por lei - também foi incluído na licitação.
Segundo as informações do edital, esse etapa tem de ser cumprida antes de a Prefeitura iniciar seu projeto de substituir todos os cartões de bilhete único ativos na cidade - a estimativa é de que eles somem 25 milhões de unidades.
Problema. Há duas semanas, o Estado revelou que uma falha de segurança no atual sistema do bilhete único permite a liberação de catracas de ônibus, trens e metrô sem pagamento de passagem. A falha foi descoberta pelo pesquisador Gabriel Lima, de 21 anos.
Sócio da empresa de segurança Pontosec, da Vila Romana, na zona oeste, ele decidiu testar a segurança do bilhete único após saber de fraudes parecidas ocorridas em outros países. Três semanas depois, descobriu que era possível invadir o sistema. E avisou a SPTrans sobre o problema.
A falha permite que os dados sobre créditos contidos no cartão sejam copiados para um computador. Quando o cartão está vazio, essas informações podem ser coladas novamente no novo bilhete - o que, na prática, permite que um cartão sem saldo seja usado para liberar as catracas.
No edital colocado para consulta pública, a SPTrans não menciona que o atual sistema do bilhete único está sujeito a fraudes. O texto afirma que "é natural" a mudança no sistema, que já tem sete anos.
Em nota, a SPTrans diz que a "licitação para troca dos sistemas de processamento de dados do bilhete único não tem qualquer relação com a suposta violação de segurança dos cartões". Informa ainda que a licitação está sendo realizada desde dezembro - a audiência pública foi feita em 5 de janeiro.
A empresa diz também que, se o processo transcorrer dentro da normalidade, a troca dos cartões deve começar no início do ano que vem.
Investigações. O Ministério Público Estadual investiga a falha de segurança nos cartões. Em depoimento na sexta-feira, o pesquisador Lima relatou ao promotor Valter Foleto Santin, secretário da Promotoria de Justiça de Defesa do Patrimônio Público e Social, que técnicos da SPTrans confirmaram a ele a fragilidade do sistema.
Já a SPTrans não dá informações sobre a apuração interna do caso: "As investigações da suposta fraude ainda estão em curso, dentro do prazo inicial de 30 dias", diz a empresa.
Bilhete USP. No primeiro dia de uso do Bilhete USP (Busp), alguns alunos e funcionários da Cidade Universitária, na zona oeste, não conseguiram usar o cartão nas duas linhas da São Paulo Transporte (SPTrans) criadas para substituir os circulares do câmpus. Funcionários disseram que uma parte dos cartões deverá ser substituída.
Fonte: Estadão
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