Comerciantes e motoristas acreditam que o fim das cancelas e dos congestionamentos é benéfico para a cidade |
A proposta da Prefeitura de Mogi de construir duas passagens subterrâneas ligando o Mogilar ao centro da cidade, como forma de extinguir o uso das cancelas na Dr. Deodato Wertheimer, Cabo Diogo e Presidente Campos Sales foi aprovada pela maioria dos mogianos consultados pelo Mogi News.
Na avaliação de comerciantes do entorno da Praça Sacadura Cabral e motoristas, que diariamente são obrigados a enfrentar congestionamentos por conta do abre e fecha das cancelas nas três passagens de nível citadas, esta é a melhor alternativa para dar maior fluidez ao trânsito na área central. Alguns entrevistados, inclusive, que se declaravam céticos a qualquer melhoria naquela região, já admitem a possibilidade de as obras finalmente saírem do papel nos próximos anos.
É o caso do barbeiro Valdemir Frederico Augusto, de 65 anos, dos quais 12 trabalhando em um estabelecimento na rua Cabo Diogo Oliver: "Já perdi as contas das vezes que vi políticos dizendo que iriam encontrar uma solução para estas cancelas. Mas, agora, que até um projeto já foi apresentado, a conversa parece ser outra. Acho que desta vez vai."
Por outro lado, ele está receoso com o futuro do seu comércio.
"Estou muito próximo da passagem, com certeza este ponto deve ser desapropriado. Tem de ter uma contrapartida aos comerciantes, quem sabe de poder ficar no centro comercial que será construído no entorno", disse. Seu Valdemir se refere à proposta de urbanização da Prefeitura no terreno de 2 mil metros quadrados ocupados pela Estação de Mogi, no qual deverá ser construído um boulevard, que poderá ser feito por meio de uma Parceria Público Privada.
Gerente de uma lanchonete nas imediações da Praça Sacadura Cabral, Célio de Souza, 36, é da mesma opinião. "O problema precisa ser resolvido, mas os comerciantes não podem perder os clientes".
Para o taxista José Carlos Dias, 58, a medida trará muitos benefícios, inclusive para seus negócios. "Vai ser muito bom porque poderemos passar direto sem esperar o trem passar. E o passageiro não precisará pagar o tempo que ficou parado esperando o trem passar", disse.
O advogado José Carlos de Souza, o Charutinho, por sua vez, é um dos que contesta o prazo estipulado pela Prefeitura, de três anos, para as obras. "É um serviço complexo e moroso, além de muito caro", avaliou.
O projeto, apresentado pela Prefeitura nesta semana à CPTM, prevê uma parceria entre as partes para a reforma e ampliação da Estação Estudantes, a construção de uma passagem subterrânea entre o terminal e a rodoviária com interligação com a estação ferroviária, além da reformulação total da Estação Central, com a demolição da atual e a construção de uma nova numa distância de 150 metros para que fique mais próxima do Terminal Central.
As obras nas duas estações estão orçadas em R$ 70 milhões. À Prefeitura caberá realizar as obras de urbanização (praças e viadutos), em que valores ainda serão definidos.
Noemia Alves
Da Reportagem Local
Mogi News