No segundo acidente em menos de 48 horas, um trem da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) descarrilou ontem perto da Estação Ceasa, da Linha 9-Esmeralda, e interrompeu a circulação de trens das 16h20 até o fim da operação, à meia-noite. A composição acidentada se preparava para entrar em operação, no horário de pico, e estava vazia.
O acidente não deixou feridos. Até as 22h de ontem, a CPTM não havia confirmado se o problema estaria resolvido até a manhã de hoje.
Trens só circularam no trecho entre as Estações Ceasa, na zona oeste, e Grajaú, na sul. Em uma tentativa de minimizar os transtornos para os passageiros, 50 ônibus foram colocados para atender passageiros nas Estações Ceasa e Domingos de Moraes, da Linha 8-Diamante.
Segundo a CPTM, o descarrilamento atingiu os dois últimos vagões da composição, que seguia no sentido da zona sul. Ele estava vazio porque, no horário de pico, trens são redirecionados para atender a parte com maior demanda da linha - a região da Marginal do Pinheiros, usada principalmente por passageiros que utilizam a linha como ligação entre a Linha 4-Amarela do Metrô, que vai para o centro da cidade, e a 5-Lilás, que segue até a região do Capão Redondo, no extremo sul. Os usuários estão sendo avisados pelo sistema de som das estações e trens, disse a companhia, na nota distribuída à imprensa às 19 horas. A empresa disse ainda já ter aberto sindicância para investigar o acidente e requisitado ajuda da Secretaria de Estado da Segurança Pública na apuração dos fatos.
Reincidência. O posicionamento da companhia foi parecido com o divulgado anteontem, quando outro acidente deixou 51 feridos. Um trem carregado de passageiros bateu contra uma locomotiva de serviço perto da Estação Vila Clarisse, da Linha 7-Rubi, na zona norte. A circulação de trens ficou paralisada por duas horas e meia e o secretário de Estado dos Transportes Metropolitanos, Jurandir Fernandes, disse que uma das hipóteses investigadas era falha humana.
Os acidentes recorrentes da CPTM - com o caso de ontem, foram oito com vítimas, 99 passageiros feridos e 5 trabalhadores a serviço da companhia mortos - são alvo de investigação no Ministério Público Estadual. A CPTM tem três semanas para apresentar esclarecimentos ao promotor de Justiça Maurício Antônio Ribeiro Lopes, da Promotoria de Justiça de Habitação e Urbanismo, sobre as causas de tantas falhas repetidas.
Fonte: Revista Ferroviária
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