O Tribunal Regional do Trabalho (TRT) de São Paulo propôs, durante audiência conciliatória entre a CPTM e os representantes dos sindicatos dos ferroviários, na tarde desta quinta-feira (2), que a paralisação da categoria seja suspensa e seja mantido o estado de greve, com a continuidade das negociações. Nesta quinta, a greve completou dois dias, paralisando todas as 89 estações de trem da Grande São Paulo.
A Justiça reiterou a determinação de que os ferroviários mantenham 90% do sistema funcionando nos horários de pico e 70% no restante do dia. Caso contrário, a multa aos grevistas, que era de R$ 100 mil por dia, será de R$ 200 mil.
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O juiz Davi Furtado Meirelles propôs ainda que a assembleia dos ferroviários seja antecipada das 18h para as 17h desta quinta e que a decisão seja comunicada imediatamente ao TRT. Os representantes dos sindicatos concordaram com o pedido.
Caso a greve seja mantida, o TRT volta a se reunir às 18h desta quinta para julgar se o movimento é legal ou não. O juiz marcou para o dia 15 deste mês o julgamento do dissídio coletivo econômico.
Mais cedo, CPTM e sindicatos estiveram reunidos na Estação Brás. Segundo o secretário dos Transportes Metropolitanos, Jurandir Fernandes, não houve um acordo com a categoria, mas ele afirmou que os funcionários se mostraram dispostos a negociar.
De acordo com Fernandes, não foi feita uma nova proposta de reajuste salarial, mas outras propostas da CPTM que não estavam claras foram explicadas. A categoria reivindica um aumento real de 5% (além da inflação) e a companhia oferece um aumento de 3,07%.
Segundo Mário Bandeira, presidente da CPTM, 2,45 milhões de pessoas utilizam as seis linhas da CPTM diariamente. Ele afirmou nesta quinta que não foi possível acionar o Plano de Apoio entre as Empresas em Situação de Emergência (Paese), que redireciona algumas linhas de ônibus para o itinerário dos trechos do sistema afetados pela paralisação, por que o Paese só consegue atender pequenos trechos.
O prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, falou na manhã desta quinta-feira sobre a greve dos trens durante a cúpula C40, na Zona Sul de São Paulo. “Espero que cheguemos a um resultado final na questão dos trens. É um serviço essencial. A greve não deveria existir. A Prefeitura está fazendo o máximo para atenuar esse desconforto”, disse, acrescentando que determinou o aumento da frota de ônibus no município.
Greve ampliadaEm assembleia nesta quarta-feira (1º), o Sindicato dos Ferroviários de São Paulo, responsável pelos funcionários das linhas 7-Rubi e 10-Turquesa decidiu cruzar os braços a partir da 0h desta quinta, ampliando a greve da categoria iniciada nesta quarta. O sindicato aguardava uma nova proposta de reajuste por parte da empresa, o que acabou não acontecendo. Na terça-feira (31), outros dois sindicatos de funcionários da CPTM já haviam decidido entrar em greve. Ao longo desta quarta-feira, a paralisação afetou principalmente passageiros da Zona Leste de São Paulo.