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1 de agosto de 2011

Governo terá 10% do capital do TAV

O governo federal mantém a estratégia de ser acionista minoritário do trem de alta velocidade (TAV) Rio-São Paulo com a participação de aproximadamente 10% do capital de cada consórcio, por meio da empresa Etav. No grupo operador do trem-bala, no qual a Etav patrocinará o projeto executivo com R$ 540 milhões, a estimativa da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) é de que sejam necessários cerca de R$ 5 bilhões de capital. A Etav também será dona de aproximadamente um décimo da sociedade do consórcio construtor, bancando custos socioambientais e de desapropriação, estimados em R$ 3 bilhões.


Com a separação dos consórcios, o governo entende que permitiu que cada investidor possa se dedicar àquilo que de fato é sua vocação. Os dois grupos, porém, estarão ligados pelo modelo financeiro do negócio, já que a remuneração do construtor dependerá, em parte, do desempenho gerencial feito pelo operador. A lógica do projeto mudou completamente e alguns detalhes ainda estão sendo analisados. Estamos conversando com as empresas interessadas. Nosso desafio agora é fazer com que tudo isso que definimos se encaixe dentro de um edital, diz o superintendente-executivo da ANTT, Helio Mauro França.


Especialista no projeto, França admite que, como alegam as empreiteiras, o estudo antigo do trem-bala poderia ter certa insuficiência de informações, mas afirma que, sejam quais forem as novas alterações, as premissas básicas estão mantidas. Os nossos estudos e cálculos referenciais permanecem. Não vamos alterá-los. O que faremos agora é compará-los com os projetos básicos que serão entregues no leilão que define o concessionário operador do trem. Perguntado sobre a frustração com o projeto, França diz que não tem nada parado e que tudo caminha em ritmo normal.


A envergadura do investimento exigido para a elaboração do projeto executivo do TAV dá uma ideia da complexidade em que o governo da presidente Dilma Rousseff se meteu ao defender a ideia que, a partir de agora, todas as obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) tenham que ter projeto executivo antes de serem licitadas. Trata-se de uma tarefa quase impossível, dado o prazo necessário para execução dos estudos, além do custo elevado dos relatórios.


Segundo Guilherme Quintella, presidente da Ad-trem, entidade que reúne as empresas de tecnologia em trem de alta velocidade, o projeto executivo do TAV Rio-São Paulo deve demandar o trabalho de pelo menos 200 engenheiros das mais diversas áreas. O custo desse estudo aprofundado chegou a ser estimado pelas empresas em R$ 650 milhões, acima do valor indicado hoje pelo governo. É um trabalho caro pois envolve diversas obras, a sondagem da área, a definição do traçado, diz ele.


As viagens pelos trilhos do trem-bala, que já foram uma ambição almejada para a Copa do Mundo de 2014 e a Olimpíada de 2016, não têm um prazo muito claro para ocorrer. O leilão para escolher o consórcio operador será realizado só no primeiro semestre de 2012, após passar por uma sequência de audiências públicas e inspeções dos órgãos de controle. Só quando estiver fechado o consórcio operador é que terá início o desenvolvimento do projeto executivo do TAV. O edital do consórcio construtor deverá ir para a rua somente em meados de 2013. Como a obra deve ser entregue em no máximo seis anos, de acordo com o edital antigo, o trem-bala tende a ser concluído perto de 2020.


Fonte: Valor Econômico