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23 de maio de 2017

Estado deve divulgar projeto do ferroanel no Alto Tietê no próximo semestre

LUCAS MELONI

Tido como projeto mais viável para facilitar o escoamento das produções industriais na Região Metropolitana de São Paulo e desobstruir as linhas férreas da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), o Ferroanel – idealizado pela Desenvolvimento Rodoviário S/A (Dersa) -, que passará por cidades do Alto Tietê, aguarda há anos para sair do papel. O Governo do Estado chegou a anunciar a primeira data de início de obras do projeto para 2014, contudo, nada aconteceu. A nova expectativa é de que, pelo menos, o projeto seja divulgado no segundo semestre. A construção pode ultrapassar os R$ 3,9 bilhões.

A partir de julho, a Dersa, em parceria com as prefeituras das cidades que constam no traçado original dos trechos Norte e Sul do Ferroanel (Arujá, Itaquaquecetuba, Poá e Suzano), passa a realizar audiências públicas para detalhamento do projeto. A primeira delas já tem data e ocorre em 13 de julho, a partir das 17 horas, no Clube União (Rua Amazonas, 100, no Centro de Arujá). O Diário questionou as demais cidades. Suzano disse que não foi procurada pela empresa paulista para fechar data para audiência; as demais não responderam.

O Ferroanel é um projeto semelhante ao Rodoanel e tem por objetivo tirar os fluxos das zonas de escoamento tradicionais. No caso do transporte sobre trilhos, a meta é que as empresas ferroviárias de logística deixem de usar os ramais operados pela CPTM. Há um grande impacto, segundo a estatal de transportes, nas linhas 11 – Coral e 12 – Safira por causa da passagem destes trens de carga.

Décadas atrás, quando o compartilhamento fora autorizado, a CPTM transportava 700 mil pessoas por dia. Na atualidade, o volume ultrapassa as três milhões de pessoas.

Em seminário realizado na última sexta-feira, Eduardo Parente, presidente da MRS, empresa compartilhante que usa as linhas férreas da CPTM nesta região, falou em evento realizado pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) sobre a urgência da criação dos trechos Norte e Sul do Ferroanel. Ele listou alguns benefícios com a implementação da nova rede como a retirada de 32 trens por dia dos trechos compartilhados com a CPTM e a ampliação em 14 milhões de toneladas transportadas (hoje são 30 milhões), o que retira dois mil caminhões por dia da RMSP, como pontos principais.

De acordo com a Empresa de Planejamento e Logística S/A (EPL), o trecho Norte terá 53 km de extensão e ligará as estações Manoel Feio (Itaquaquecetuba) e Perus (em São Paulo). Esta parte do Ferroanel deve passar pelas cidades de Arujá, Itaquá, Poá e Suzano. A parte sul vai completar a outra metade, com 55 km, entre as estações Evangelista de Souza (Mairinque) e Rio Grande da Serra (Grande ABC). Desta forma ficaria estabelecido um anel ferroviário à margem da RMSP.

A estimativa é de que até 2040, o anel ferroviário permitirá o transporte de até 40 milhões de toneladas de carga a ser transportada por contêineres. Os principais produtos escoados pelas linhas férreas serão cimento, granéis vegetais, açúcar, areia, fertilizantes, celulose, entre outras coisas. Um trecho, em Suzano, já foi construído de forma elevada, nas imediações da Sanofi.

Em 2011, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) e a então presidente da República Dilma Rousseff (PT) assinaram um acordo de financiamento com verba federal. Os dois chegaram a anunciar que os dois trechos seriam entregues em 2014. Isso, como se sabe, não ocorreu.



O Estudo e Relatório de Impacto Ambiental (EIA/Rima) da obra ainda é preparado, de acordo com a Dersa. Não há data para conclusão. O Diário questionou a Dersa sobre o projeto. A assessoria de imprensa disse que conseguiria responder a todos os pontos apenas ao final da semana.

Página: Oficial Diário da CPTM

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