O relatório de impacto ambiental da obra mostra que o trajeto cruzará trechos de ruas como João Ramalho e Sergipe.
Entretanto, outras opções incluíam, por exemplo, a passagem do ramal subterrâneo sob toda a Rua Doutor Homem de Melo e o Parque Buenos Aires.
Questionado, o Metrô não informou por que escolheu esse traçado. Mas o presidente da Associação de Engenheiros e Arquitetos de Metrô (Aeamesp), José Geraldo Baião, explica que provavelmente foram levadas em consideração questões de topografia e desapropriação.
“Todos os parâmetros são simulados para se chegar, técnica e economicamente, ao melhor traçado”, diz. No caso de Higienópolis e Perdizes, regiões onde o metro quadrado custa caro, a intenção seria causar menos interferências. “Em lugares com mais edificações, o custo é mais elevado.”
Mas a versão escolhida criou uma dificuldade, pois, diferentemente de outras, deixará a Estação Higienópolis-Mackenzie mais distante da sua vizinha homônima da Linha 4-Amarela, à qual será ligada. Uma ficará sob a esquina das ruas Sergipe e Consolação, ao lado do cemitério, e a outra perto da Universidade Mackenzie, na Rua Piauí.
A distância entre elas será de 280 metros. Será preciso um túnel e esteiras rolantes para realizar a conexão. Uma medida parecida foi adotada na integração das linhas 2-Verde e 4-Amarela, mas, nos horários de pico, ela fica superlotada, levando até a interrupção das esteiras, para agilizar a passagem das pessoas.
A Estação Angélica-Pacaembu, alvo de polêmica no ano passado, quando ocorreu o “churrascão da gente diferenciada” para protestar contra a mudança de local da parada, ficará na Rua Sergipe com a Bahia. O protesto ocorreu porque, na época, o governo desistiu de fazer a estação na Avenida Angélica por pressão dos moradores.
Para o empresário Pedro Ivanow, presidente da Associação Defenda Higienópolis, não há tanta diferença entre passar a linha sob a Rua Sergipe em vez da Alagoas, da Piauí ou da Maranhão, como propunham outras alternativas. O que ele teme é que as obras possam piorar o trânsito na área. “Qualquer coisa que cause desvios tem efeito no sistema viário.”
Na zona norte, uma das alternativas previa que a linha passasse por um trecho bem maior da Avenida Itaberaba do que o que será usado. O Metrô disse em nota que as informações constam do projeto funcional e que, agora, fará o executivo, “cujas informações terão o detalhamento necessário”.
Jornal da Tarde