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12 de abril de 2012

Novo presidente do Metrô SP deve vir da própria empresa


O próximo presidente do Metrô de São Paulo deve sair de alguma diretoria da própria empresa, afirmou na noite de ontem o secretário de Estado dos Transportes Metropolitanos, Jurandir Fernandes. Segundo ele, há 90% de chance de o próximo dirigente já trabalhar na companhia. O Metrô tem quatro diretorias: engenharia e construções, encabeçada por Walter Ferreira de Castro Filho, operações, dirigida por Mário Fioratti Filho, planejamento, gerenciada por Laércio Mauro Biazotti, e finanças, onde trabalho o atual presidente, José Kalil Neto.


"Além do próprio (Kalil Neto), temos mais dois nomes que estamos vendo", afirmou Fernandes, sem citá-los. O diretor de operações seria uma das opções. Ele, no entanto, já teria declinado o convite.


Apesar da declaração, o Jornal da Tarde apurou que o governo do Estado considera alternativas em outros setores da Secretaria de Estado dos Transportes Metropolitanos, à qual o Metrô está vinculado.


Kalil Neto tornou-se presidente do Metrô na semana passada. Ele substituiu Sérgio Avelleda, que ficou pouco mais de um ano no cargo e saiu para trabalhar em uma empresa privada do segmento ferroviário.


Depois de o jornal O Estado de S. Paulo ter revelado na última quinta-feira (5) que, em 2007, Kalil Neto foi condenado em primeira instância por improbidade administrativa quando era diretor da estatal Desenvolvimento Rodoviário S.A. (Dersa), o governador Geraldo Alckmin (PSDB) declarou que sua permanência seria provisória e que o governo do Estado anunciaria um novo nome para presidir o Metrô depois da Páscoa.


Um documento do Ministério Público Estadual (MPE) contra Kalil Neto e outros quatro diretores da Dersa denunciava a contratação sem licitação de um escritório de advocacia para dar apoio jurídico à empresa durante as obras do Rodoanel.


No entanto, o secretário Jurandir Fernandes afirmou que "não está correndo atrás" de um novo nome. Ele também defendeu a competência de Kalil Neto. Leia parte da entrevista que ele concedeu por telefone ao Jornal da Tarde.


O próximo presidente do Metrô deve vir da empresa, ou de fora?


Jurandir Fernandes - Preferencialmente. De fora, eu não vejo muita facilidade, porque nós queremos dar ritmo, que é alucinante, fortíssimo. E nós não vamos perder uma vírgula nesse ritmo. E tem também um pessoal muito experimentado. O Metrô é uma escola.


O presidente pode sair de uma diretoria do Metrô?


Jurandir Fernandes - Digamos assim, 90%, para não deixarmos 100%.


O José Kalil Neto pode continuar na presidência?


Jurandir Fernandes - Todos estão em pé de igualdade. O dr. Kalil não teve nenhum fato que o desabonasse. Para alguém cair no Ficha Limpa, é preciso ter três marcas: ter um citação dolosa, e a dele não foi, ter sido fator de enriquecimento ilícito, e não houve enriquecimento algum pois foi um contrato normal de mercado, e terceiro, ter causado prejuízo à população. Não teve prejuízo, porque o advogado escolhido acabou dando até sucesso. Na época, também, era muito mais comum e corriqueiro ir em busca dos melhores advogados. Digamos que eu tenha uma causa de R$ 100 milhões para defender. Aí eu faço uma licitação e ganha um advogado bem baratinho, e ele perde a causa... Então, acho que a diretoria (da Dersa, da qual Kalil Neto era membro na época) agiu na função de melhor servir o Estado. Não foi impróprio. Isso é notório. O próprio juiz diz isso no acórdão. O Kalil é uma das pessoas mais competentes e íntegras que eu, pessoalmente, já conheci nesses meus dez anos aqui de Metrô. Não existe nada, nada, nada que deixe uma gotinha de mácula sobre ele. Isso, eu falo com uma certeza de muita gente que vem e me diz isso.


Então o senhor estaria propenso a mantê-lo?


Jurandir Fernandes - Não, eu não faço nenhum juízo de manter ou não manter. Isso aí a gente vai discutir. Até, também, eu sempre tenho que perguntar para os interessados. Eu posso gostar desse ou daquele, mas eu tenho que saber o que a pessoa pensa também.


A definição vai sair logo?


Jurandir Fernandes - Qualquer que seja o nome, a gente não está correndo atrás de fazer uma coisa em 10 horas ou 24 horas. Até porque o dr. Kalil está conduzindo o processo com a maior tranquilidade. Meu problema seria grave se não tivesse ninguém lá. Nós estamos tranquilos.




Fonte: R.F.

Página: Oficial Diário da CPTM

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