O número de ocorrências graves na Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) deve aumentar neste ano, admitiu ontem o secretário estadual de Transportes Metropolitanos, Jurandir Fernandes. Segundo ele, caso o ritmo de panes registradas até agora seja mantido, a rede terá 51 "eventos notáveis" ao longo de 2012. Entre 1.º de janeiro e 10 de abril, já foram 14 episódios - um por semana.
Se a estimativa feita pelo dirigente se concretizar, a rede de trens terá mais ocorrências do que no ano passado, quando houve 42, e em 2010, que fechou com 49. Apesar disso, Fernandes afirmou que a CPTM "está sob controle" e evoluindo. "O sistema não está em colapso", destacou, lembrando os investimentos que estão sendo feitos na modernização da rede.
Mas as falhas às quais o secretário se refere não incluem problemas como o registrado na manhã de ontem na Linha 7-Rubi (Jundiaí-Luz). Um vagão de uma composição com problemas na tração ficou para fora da Estação Palmeiras-Barra Funda, obrigando os passageiros a descerem aos trilhos. "Foi um defeito, um evento", disse ontem na Assembleia Legislativa, chamado para falar sobre as panes na CPTM. Já passageiros da Linha 9-Esmeralda (Osasco-Grajaú) enfrentaram lentidão no serviço ontem pela manhã. Uma falha na sinalização fez um trem ser operado manualmente, a 20 km/h.
Fernandes disse que a sequência de incidentes está sendo investigada. "Quando há alguma situação que se repete muito em determinada linha, tem de avaliar. Já houve descarrilhamento com pedra", ressaltou. Ele não aponta, porém, suspeitos de possíveis sabotagens. "Pode ter sido um cara que tem raiva de alguma coisa" ou alguém "que tem uma síndrome contra trem".
PPP. O governo do Estado também confirmou ontem que as três próximas linhas de Metrô a saírem do papel serão Parcerias Público-Privadas (PPPs) - nas Linhas 6-Laranja (São Joaquim-Brasilândia), 18-Bronze (monotrilho Diadema-Tamanduateí) e 20-Rosa (Lapa-Moema). O uso de parceiros privados já era esperado desde 2011. Ontem, um acordo firmado com o Banco Mundial para supervisão desses projetos confirmou as parcerias.
O contrato prevê que o Banco Mundial dará consultoria, por 18 meses, para licitações que vão selecionar as PPPs. A análise do governo Geraldo Alckmin é de que o aval do banco dará mais seguranças ao mercado, em especial aos grupos internacionais interessados na exploração do transporte público. O acordo inclui também a parceria já anunciada para a duplicação do trecho de serra da Rodovia dos Tamoios.
Fonte: Estadão