Créditos: Camilla Feltrin |
Para esse trabalho, a jornalista Camilla Feltrin viajou pelas seis linhas que servem capital e municípios da Grande São Paulo, e visitou 60 de um total de 89 estações controladas pela empresa.
Hoje, será avaliada a qualidade dos serviços e equipamentos das linhas 11 – Coral e 12 – Safira, que têm conexão nas estações Brás, Tatuapé e Calmon Viana (Poá).
Linha 11 – Coral
Há dois níveis de qualidade de atendimento e serviços nas estações da Linha 11 – Coral da CPTM: um que atende a cidade de São Paulo e outro para os municípios da região metropolitana, como Poá, Mogi das Cruzes e Ferraz de Vasconcelos.
Na parte paulistana, as sete estações são equipadas com o chamado “padrão metrô de qualidade”: Luz, Brás, Tatuapé, Corinthians/Itaquera, Dom Bosco, José Bonifácio e Guaianazes têm escadas rolantes, elevadores, rampas de acesso e sinalização tátil no chão.
As demais estações, não. Assim, se o usuário está em Guaianazes, e deseja viajar sentido Estudantes (Mogi das Cruzes), tem que fazer uma conexão (gratuita) com outro trem - de qualidade inferior - da mesma linha.
A primeira estação fora de São Paulo, Antonio Gianetti Neto, em Ferraz de Vasconcelos, ainda é equipada com dois elevadores para deficientes. Mas não há sinalização tátil no chão.
Na estação Ferraz de Vasconcelos, há uma placa avisando que o local está em obras. O que não se diz é que, para embarcar, é preciso ter pique para descer 44 degraus até a plataforma de tábuas de madeira, e que os usuários terão de lidar com o mau cheiro de um córrego poluído ao lado da estação. Se para quem desce do trem vindo de Guaianazes não é tão complicado desembarcar, no sentido contrário só se sai da estação depois de enfrentar os vários degraus.
Também em Poá, onde não há elevadores nem rampas, o embarque só é permitido pela parte superior da estação, onde o usuário tem, obrigatoriamente, que descer 40 degraus para chegar à plataforma. Para desembarcar é mais fácil, graças às saídas com rampas no nível da rua.
O casal de professores Ana Ribeiro Santos, de 26 anos, e Fábio Miguel da Silva, de 32, usam o trem levando a filha de dez meses num carrinho de bebê. Ana relata as muitas dificuldades que encontra ao trafegar com a criança pelas linhas da CPTM, especialmente na estação de Poá, a mais próxima da casa dela. O jeito, diz ela, é pedir ajuda aos seguranças para o embarque no trem coma filha pequena no carrinho.
A exceção na falta de acessibilidade quando se sai da área da capital é a estação Calmon Viana, em Poá, que faz conexão com a Linha 12 – Safira da CPTM. É uma estação modelo, com elevadores, rampas e piso tátil.
Suzano, Jundiapeba e Brás Cubas (estas duas em Mogi das Cruzes) são estações que não oferecem elevadores ou rampas para troca interna de plataformas. Na Brás Cubas, há rampas apenas para acesso direto à rua, e em Suzano e Jundiapeba apenas um lado oferece essa “comodidade”. Outro problema comum é a altura entre o trem e a plataforma, que supera 30 cm. Com esse desnível, até mesmo pessoas sem problemas de mobilidade têm dificuldade de entrar ou sair do trem.
Linha 12 – Safira
A Linha 12 – Safira da CPTM compreende o trecho entre as estações Brás, na região central, e Calmon Viana, no município de Poá, a 34 quilômetros da capital. A linha oferece duas conexões com o metrô (Linha 3 – Vermelha), uma na estação Tatuapé (não gratuita) e outra no Brás.
Das treze estações da Linha 12, dez têm elevadores preferenciais e nove também escadas rolantes de uso comum. Duas estações que não contam com esses equipamentos, Engenheiro Manuel Feio e Aracaré, estão passando por obras de reforma. Engenheiro Goulart, logo após a estação Tatuapé, não.
Em São Miguel Paulista, bairro da zona leste de São Paulo, uma nova estação está sendo finalizada ao lado da já existente. A atual estação, no entanto, não oferece nenhuma facilidade como rampa, escada rolante ou elevador.
Nove estações da Linha 12 são dotadas de rampas de acesso à estação. E em todas o embarque/desembarque é facilitado pelo pequeno vão entre o trem e a plataforma, e pela pouca altura existente entre a plataforma e o trem (situação semelhante à das estações da linha 10 – Turquesa).
Fonte: Mobilize Brasil