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19 de novembro de 2012

S.Caetano quer mais uma estação de trem

Estação Pireli Foto: Estações Ferroviárias 

A Prefeitura de São Caetano negocia com a CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) a construção de mais uma estação ferroviária no município, entre as paradas do Centro e de Utinga, em Santo André. O objetivo é atender a demanda do bairro Santa Paula e reorganizar as linhas do sistema de ônibus municipal. Em agosto e setembro deste ano, a Linha 10-Turquesa registrou média de 23,5 milhões de embarques diários.

O secretário de Mobilidade Urbana, Iliomar Darronqui, explica que o novo terminal ficaria localizado entre as ruas Botucatu e Piratininga. "O pessoal que mora e trabalha nessa região estava reclamando da grande distância até as estações de trem mais próximas", destaca. A plataforma do Centro fica a cerca de 2,5 quilômetros da de Utinga. "O equipamento atenderia parte dos funcionários da GM e da Petrobras que dependem do transporte público", avalia.

As tratativas para a construção ainda estão em fase inicial. No entanto, Darronqui garante que a ideia foi bem aceita por parte de representantes da empresa estadual. "Se tudo correr bem, a expectativa é que a estação já esteja em funcionamento junto com o Expresso ABC." A previsão é que o trem rápido entre Mauá e a Capital fique pronto em 2014. O titular da Pasta ressalta, porém, que para o projeto sair do papel, o investimento terá de ser aplicado pela CPTM, e não pela Prefeitura.

Com a nova parada, as linhas de ônibus municipais passariam por alterações de itinerário. "Hoje, todo o nosso sistema é direcionado para o terminal central. Isso seria modificado para distribuir melhor a demanda", salienta o secretário. A estação do bairro Santa Maria seria a 14ª da Linha 10-Turquesa, que tem cerca de 35 quilômetros e liga Rio Grande da Serra ao Brás, no Centro da Capital.

A CPTM foi procurada pelo Diário para comentar o assunto e se manifestar sobre a viabilidade e os impactos do terminal, mas não deu retorno.

INTEGRAÇÃO

Darronqui garante que nos próximos dias deverá ser assinado o contrato entre a Prefeitura e a CPTM para o início da integração tarifária entre os ônibus municipais e o trem. Com o projeto em vigor, usuários que fizerem baldeação no terminal passarão a ter desconto na passagem. A porcentagem de abatimento do valor ainda não foi definida.

Santo André quer a reabertura da parada Pirelli

Outro projeto em discussão para o sistema ferroviário do Grande ABC é a reativação da Estação Pirelli, fechada pela CPTM em 2006. A construção de empreendimento comercial e habitacional na região, previsto para ficar pronto em 2015, pode impulsionar a reabertura.

O terminal também faz parte do plano para a criação de VLT (Veículo Leve Sobre Trilhos) entre Santo André e Guarulhos. A estação seria o ponto final da linha, que ainda não tem data para sair do papel.
A primeira linha do Metrô a chegar na região será a 18-Bronze, operada por monotrilho. A previsão é que a primeira etapa, da Estação Tamanduateí até o Paço de São Bernardo, fique pronta em 2015. A segunda fase vai até o bairro Alvarenga, na mesma cidade.

Trem facilita rotina, mas muitos optam por carro

A possível construção de estação da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) no bairro Santa Paula, em São Caetano, entre as paradas do Centro, no município, e de Utinga, em Santo André, divide a opinião da população.

Para alguns moradores entrevistados pelo Diário, o terminal ferroviário não fará diferença, pois optam em utilizar apenas o carro. Já para aqueles que dependem do transporte público e moram nas proximidades, a construção irá facilitar bastante a rotina diária.

O engenheiro Walter Orban, 63 anos, trabalha em São Paulo e utiliza o trem diariamente para chegar até a estação do Centro, pega um ônibus. Para voltar, caminha 25 minutos. "Se for concretizado vai ajudar muito. Mas acho difícil, porque não tem muito espaço para a construção aqui no bairro. Talvez tenham que fazer alterações em algumas ruas e até em imóveis", opina.

Por morar no meio do caminho entre as duas estações, a dona de casa Valdenice Azevedo Santos de Moraes, 52, ficou feliz com a notícia da negociação. "Quando preciso usar o trem, às vezes vou até Utinga e levo 20 minutos andando, ou até o Centro, que é cinco minutos a mais. Assim, vou reduzir muito o percurso", diz.

REGIÃO

A criação do terminal ferroviário também agradou aos moradores de outras cidades do Grande ABC que trabalham em São Caetano.

O açougueiro José Ribeiro, 45, levanta às 5h para pegar o trem em Rio Grande da Serra e leva quase duas horas para ir ao trabalho. Quando chega na estação Utinga, caminha até o bairro Santa Paula. "Se construírem mesmo vai ficar muito mais perto do açougue e vou conseguir dormir mais um pouquinho."
A ajudante geral de Mauá Adriana Ornilo, 26, espera trocar o ônibus pelo trem. A jovem estuda à noite e sempre se atrasa para a escola. "Levo cerca de duas horas de São Caetano até Mauá. Com o trem, o percurso seria muito mais vantajoso", acredita. (Bruna Gonçalves)

Página: Oficial Diário da CPTM

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