O Ministério Público de São Paulo (MP-SP) suspeita que Zaniboni tenha recebido propina para favorecer a multinacional francesa Alstom em contratos de fornecimento e serviços de revisão geral de 129 vagões.
A Lespan operava nos Estados Unidos para cambistas da América Latina, entre eles doleiros brasileiros. A casa de câmbio enviou US$ 11,3 milhões para uma conta denominada Chanani, que pertence ao doleiro Birigui, de acordo com investigações de uma força-tarefa formada pelo MP paulista e federal. O dinheiro teria sido desviado por Maluf do Tesouro paulista.
A Lespan também foi usada pelo doleiro Toninho da Barcelona para mandar valores para paraísos fiscais, no caso Banestado, de acordo com a publicação.
Investigadores suíços identificaram transferências de capitais a partir de depósitos nas contas Rockhouse e Sunrock, de Arthur Gomez Teixeira e Sérgio Meira Teixeira - apontados como lobistas e elo da Alstom com dirigentes de estatais paulistas. As contas seriam abastecidas pelas offshores GTH Consulting AS e Gantown Consulting AS, administradas pelos Teixeira.
A GTH e a Gantown têm sede no Uruguai e aparecem como prestadoras de serviços de consultoria para a Alstom. De acordo com as investigações, parte do dinheiro recebido migrou para a conta Milmar, de Zaniboni.
A defesa de Zaniboni, afirmou que o engenheiro usou doleiros para transferir valores para a Suíça, mas não teve contato direto com eles e negou qualquer indício de irregularidade no recebimento da quantia movimentada nas contas do ex-diretor da CPTM.