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23 de março de 2012

Trem rápido de passageiros entre Sorocaba e SP deverá operar a partir de 2016

O trem rápido de passageiros que o Governo do Estado pretende instalar entre Sorocaba e São Paulo deverá fazer o trajeto em pouco mais de 40 minutos, com parada em Mairinque e talvez em São Roque. 


O secretário de Estado dos Transportes Metropolitanos, Jurandir Fernandes, calcula que ele poderá iniciar as viagens em 2018, podendo ser adiantada para 2016 se houver a união de forças suprapartidárias e não ocorrerem recursos de empresas nas concorrências públicas. 

Ontem, na Assembléia Legislativa, o secretário declarou que chegou o momento de tratar do assunto com as lideranças políticas sorocabanas e convidou os deputados Hamilton Pereira  e Maria Lúcia Amarypara uma reunião, em abril. Ele enfatizou que aqueles que viajam para a capital darão prioridade o trem, que será confortável, com hora certa para chegar e alguns serviços de bordo, como sinal de internet e se possível a distribuição de café.


O desembarque na cidade de São Paulo deve ser definida na Barra Funda, na Lapa ou na região de Pinheiros. O secretário disse que precisará ser construída uma nova ferrovia para que o trem alcance a velocidade de 160 quilômetros por hora, já que a linha existente e usada para o transporte de cargas têm curvas consideradas fechadas, que impossibilitam viagens acima dos 70 km/h. Ainda está para ser decidido se a ferrovia vai margear a rodovia ou a ferrovia existente. Apesar do trem previsto para fazer as viagens Sorocaba a São Paulo alcançar 160 km/h a velocidade da média da viagem, também chamada de velocidade comercial, será de 120 km/h ao considerar as paradas, em até outras duas cidades. De acordo com o secretário não haverá paradas a partir de Itapevi e toda a linha a ser construída terá a extensão de 85 quilômetros.


No momento os estudos encontram-se na fase do projeto funcional. O secretário Jurandir Fernandes declarou que esse projeto definirá todo o traçado e se precisará da construção de pontes e viadutos. Para definir o traçado, o secretário afirmou que começará a consultar a partir do próximo mês as lideranças sorocabanas para conhecer os anseios da população. Além da situação política afirma que também deseja atender à oposição para não dar privilégio a um setor ou outro. 

Decidido o traçado iniciará o projeto básico, que definirá, por exemplo, os tamanhos dos túneis, largura de pontes e outras medidas que forem necessárias. Na sequência, virá o projeto executivo para definir detalhes como tipo de dormente e de cascalho. Também dependerá de licenças ambientais, da conquista de uma parceria público-privada para o custeio e da licitação que definirá as empresas que realizarão as obras.


Jurandir Fernandes disse que atualmente há três traçados em estudos. O mais adiantado é o de Jundiaí, que inicia o projeto executivo, em segundo lugar está Sorocaba e depois o de Santos. Ele crê na possibilidade das atividades, tanto do trajeto de Jundiaí como de Sorocaba, terem início em 2016, porque para Jundiaí precisarão ser construídos quase 20 quilômetros em túneis, o que não é o caso de Sorocaba. A viagem entre Jundiaí e São Paulo será feita em cerca de 29 minutos, também com velocidade comercial de 120 km/h.


Todos esses planos foram expostos na manhã de ontem durante audiência com a Frente Parlamentar em Defesa da Malha Ferroviária Paulista, da qual fazem parte os deputados Hamilton Pereira e Maria Lúcia Amary e tem como coordenador o deputado Mauro Bragato (PSDB). Durante a audiência, o deputado Hamilton Pereira falou que a expansão de regiões metropolitanas como São Paulo, Sorocaba e Campinas - em um futuro não muito distante - promoverá o encontro dessas manchas urbanas transformando rodovias como a Castelo Branco, Raposo Tavares, Anhanguera e Bandeirantes em grande avenidas. 


No entanto, desde já, os trabalhadores que saem de Sorocaba para trabalhar em São Paulo enfrentam congestionamentos nas rodovias. Ele enfatizou a importância da ferrovia para o escoamento da população. Pediu informações do trem rápido de passageiros que ligará Sorocaba a São Paulo e queixou-se do sucateamento das rodovias existentes após as concessões, conforme apurado por uma Comissão Parlamentar de Inquérito promovida há dois anos.


A deputada Maria Lúcia Amary, além de também perguntar em que fase está os estudos para criar o trem de passageiros entre Sorocaba e São Paulo, queixou-se que, diferente dos países de primeiro mundo, "o Brasil segue na contramão, priorizando as rodovias". Ela disse também que atualmente as cidades têm se desenvolvido em torno das rodovias e não mais das ferrovias. Em resposta aos questionamentos dos deputados que representam a região de Sorocaba, o secretário Jurandir Fernandes os convidou para uma reunião a ser agendada em seu próprio gabinete.


Fonte: Jornal Cruzeiro do Sul 

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