Após a série de problemas no metrô e na CPTM que afetou mais de 165 mil pessoas em São Paulo, por volta das 20h desta quarta-feira um trem da CPTM apresentou problema no sistema de tração e paralisou o tráfego na linha 9-esmeralda por cerca de uma hora.
Por causa da demora, passageiros do trem, que andava no sentido Osasco, saíram dos vagões e desceram na linha, nas imediações da estação Presidente Altino.
Segundo a CPTM, por questões de segurança a linha ficou interditada até às 8h55. A paralisação afetou o movimento nas linhas 9-esmeralda e 8-diamante.
CAOS PELA MANHÃ
Os problemas registrados na manhã de hoje nas linhas 1-azul e 3-vermelha do metrô afetaram cerca de 165 mil pessoas em São Paulo. A falha causou lotações nas plataformas e algumas catracas chegaram a ser fechadas para evitar tumultos.
Segundo o balanço do metrô, 100 mil pessoas foram afetadas pelo problema na linha 3-vermelha e 65 mil na linha 1-azul. A linha 5-lilás também trafegou com velocidade reduzida durante a manhã, mas foi em decorrência de um problema na linha 9-esmeralda da CPTM, que tem uma interligação com o metrô.
Na CPTM, houve um problema no sistema de energia que fez com que os trens passassem a circular em apenas uma via entre as estações Granja Julieta e Santo Amaro. Com isso, a velocidade das composições foi reduzida em toda a linha, o que provocou lotações.
O problema no metrô começou por volta das 6h40, quando um trem que passava pela estação Pedro 2º, na linha 3-vermelha, no sentido Barra Funda, teve um problema no sistema pneumático, o que afetou o sistema de portas, freios, entre outros. A informação é da assessoria do Metrô.
Com o problema, o trem teve que ser esvaziado e levado para a manutenção. As demais composições da linha tiveram que trafegar com velocidade reduzida e maior tempo de parada até as 7h21. Na linha 1-azul, o metrô também implantou a operação com velocidade reduzida para evitar lotações em plataformas.
Ainda na linha 1-azul, uma falha de tração entre as estações Vila Mariana e Santa Cruz fez com que as composições de toda a linha voltassem a circular com velocidade reduzida e maior tempo de parada entre as 7h39 e as 8h03.
A composição com problema seguia sentido Jabaquara e também teve de ser esvaziada na estação Santa Cruz e retirada de circulação para manutenção.
A CPTM ainda não tinha um levantamento de pessoas afetadas pelo problema até o início da tarde.
Guilerme Basílio/Leitor
Leitor flagra plataforma da estação Sé do metrô lotada no embarque da linha 1-azul, sentido Jabaquara
CAOS
O problema no metrô e na CPTM causou lotação e alguns passageiros levaram até duas horas e meia para fazer de trem um percurso que costuma ser de uma hora.
"Meu percurso de Carapicuíba a São Paulo foi normal, mas a partir da estação Osasco começou a minha tristeza. O trem parou em todas as estações e ficou parado em casa uma", afirmou o vendedor Alison Aparecido Chagas, 18, que trabalha em uma loja no terminal Santo Amaro.
Ele relatou ainda que saiu às 5h de Carapicuíba (Grande SP) e chegou ao trabalho apenas às 8h. Segundo Chagas, ele consegue chegar ao terminal por volta das 6h30 em dias normais.
Ele relatou ainda que o movimento no terminal Santo Amaro foi muito superior ao registrado em outros dias, em decorrência do problema no metrô e na CPTM. De acordo com ele, as filas para os ônibus com destino aos terminais Bandeira e Pinheiros ficaram acima do normal até por volta das 9h30.
Diego Padgurschi/Folhapress
Vagão lotado na estação Sé do metrô, no sentido Barra Funda, após problema que afetou circulação de trens
A analista de suporte Priscila Rodrigues, 20, utilizou o ônibus para fazer uma parte do percurso ao trabalho e também percebeu um movimento superior ao normal. "Quando cheguei a estação Grajaú estava impossível e decidi pegar o ônibus, mas quando cheguei no terminal Santo Amaro estava pior [do que o trem]", afirmou.
O editor Rafael Sguifato, 27, também tentou pegar um trem na estação Grajaú, mas desistiu após esperar por cerca de uma hora e voltou para casa. Segundo ele, todas as composições que passaram estavam lotadas. "É complicado. É uma situação que não acontece a cada dois ou três meses, é recorrente", afirmou.
Segundo Sguifato, dois colegas de trabalho também faltaram no trabalho. De acordo com ele, as duas pessoas moram na zona leste e precisariam pegar a linha 3-vermelha do metrô, também afetada por falha.