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18 de março de 2012

Com 500 turistas ao mês, Perus-Pirapora quer mais

Com grande importância histórica no desenvolvimento de São Paulo, já que serviu para transportar primeiro cal e depois cimento para grandes obras do País, como a construção de Brasília, a Estrada Férrea Perus-Pirapora, encravada no extremo oeste da Capital, agora é um ponto turístico que recebe em seus passeios mais de 500 pessoas por mês.


Inaugurada em 1914, com o pretexto dos empresários de transportar romeiros para Pirapora de Bom Jesus, o que nunca efetivamente aconteceu, a linha tem sido reformada e mantida pelo Instituto de Ferrovias e Preservação do Patrimônio Cultural (IEPPC), desde 2000, quando o grupo recebeu a concessão de 15 km dos 31 km existentes por 50 anos.


Com mais de R$ 500 mil investidos nos últimos 12 anos, a maioria com trabalho voluntário e ajuda de parceiros, o objetivo é aumentar o número de visitantes e transformar o local em um dos grandes pontos turísticos de São Paulo. “Queremos que os brasileiros e paulistanos conheçam mais a história e importância desta estrada. Recebemos uma comitiva de ingleses, que conheciam e sabiam de tudo. Os brasileiros desconhecem. Nosso objetivo é transformar a Perus-Pirapora em um lugar para os brasileiros”, disse o vice-presidente da IEPPC, Nelson Camargo, que teve pai e avô trabalhando na estrada, que foi completamente desativada em 1974.


O objetivo é ampliar as visitas e as atividades turísticas na EF Perus Pirapora. Além de agendar os passeios dominicais, o instituto planeja  aumentar o trecho trafegável para visitantes, que hoje é de apenas 2,5 km, e para isso busca novos parceiros, além dos que já tem, como a Natura.


“Com certeza precisamos de parceiros. A maioria do trabalho foi voluntário, mas tudo demora mais. Temos projeto para ampliar em mais 1,5 km, mas precisamos de recursos para contratar um empresa para que o serviço seja feito em um ano”, pediu Camargo.


Estrada férrea renasceu do matagal


Após ser desativada em 1974, com o fechamento das fábricas de cimento e pedreiras, que utilizavam suas linhas desde 1910 para o transporte de calcário, a EF Perus-Pirapora ficou às moscas até 2000.


Desde então, o espaço passou a ser conservado pelo Instituto de Ferrovias e Preservação do Patrimônio Cultural (IEPPC), que, além de reformar composições e montar trilhos, teve de tirar a ferrovia do meio do mato, em pleno Parque Municipal Anhanguera.


“Quando conseguimos a concessão, após mais de dez anos de luta, tinha muita terra e árvores com mais de 20 metros no meio dos trilhos. Uma estrada tão importante não poderia ficar esquecida e ser apagada”, diz Nelson Camargo.


A ideia é fazer o mesmo tipo de serviço em todos os 15 km. “O que já foi conseguido foi uma vitória de todos. Com incentivos podemos mais. O sonho é que todo o trecho fosse trafegável, fizesse transporte de passageiros e chegássemos a ter embarques na estação Perus da CPTM. Isso tornaria a Perus-Pirapora mais conhecida e devolveria sua importância na história.”


Vice-presidente do IEPPC é ex-ferroviário


A conservação, manutenção e ampliação do turismo da EF Perus-Pirapora tem ligação sentimental com os integrantes do Instituto de Ferrovias e Preservação do Patrimônio Cultural (IEPPC).


O vice-presidente do instituto, Nelson Camargo é ex-ferroviário. E pai e avô trabalharam na ferrovia e na fábrica de cimento, que utilizava o ramal. Voluntário e nascido no Perus, aos 63 anos ele ainda se emociona quando fala da EF Perus-Pirapora.


“É uma luta, que gosto muito. Preservar a história e participar dela é gratificante. Não queremos nada, além de mostrar aos brasileiros o valor desse lugar.”


O grupo de trabalho inclui também um doutor em história e um advogado apaixonado pela conservação da estrada.


“A maioria das pessoas é voluntária. Faz porque gosta e acredita que um dia os turistas estejam mais presentes aqui e reconhecendo a história”, diz Carmargo. Fonte: Metrô News


Fotos da Estrada de Ferro Perus - Pirapora