Os passageiros da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos
(CPTM) estão cansados das dificuldades da empresa em ampliar e melhorar os
serviços. Usuários entrevistados em Poá e Itaquaquecetuba reclamaram da
demora para o início e conclusão de obras e projetos que são anunciados desde a
década passada, da baldeação em Guaianazes (obrigatória para quem utiliza a
linha Coral) e das interrupções das viagens.
A diferença de tratamento oferecido pela companhia aos usuários da região em comparação com os serviços oferecidos aos passageiros da Capital também foi motivo de queixa das pessoas ouvidas pelo DAT. O autônomo Carlos Alberto da Silva costuma embarcar na estação do Aracaré, em Itaquá, na linha Safira. A estação está velha e mal conservada.
A escada de acesso às plataformas não tem
cobertura, sem contar outros problemas. "Não acredito que algum dia essa
estação será igual à do Tatuapé ou como as estações do Metrô", comentou.
Em Poá, o aposentado Milton Conceição de Andrade avaliou que há pelo menos dois anos o processo de modernização da CPTM estagnou. "As obras não saem do papel. Aqui na estação de Poá, por exemplo, as pessoas sofrem muito para chegar às bilheterias. Quem está do lado da praça do Relógio precisa subir um acesso em forma de ´caracol´ que é horrível", protestou.
A dona de casa Magna Alves também reside em Poá. Ela garantiu não entender a diferença na qualidade dos serviços oferecidos pela CPTM no Alto Tietê e na Capital. Ela observou que todos os usuários, sejam moradores de São Paulo ou da região, pagam o mesmo valor pela tarifa. "O transporte não está confiável. Ficam anos prometendo obras que não acontecem.
Os trens circulam superlotados
nos horários de pico e a gente sofre muito com a baldeação em Guaianazes. Acho
que só quando os usuários cobrarem um atendimento melhor, a CPTM investirá mais
rapidamente. As prefeituras também deveriam cobrar, mas não fazem isso",
lamentou. (B.S.)
Fonte: DAT