*Éverson Paulo dos Santos Craveiro
Com a saturação do trânsito em São Paulo e demais regiões metropolitanas paulistas, e a consequente grita geral por mais meios de transportes de pessoas sobre trilhos, Metrô e CPTM estão no centro das atenções.
Essa discussão teve, em boa parte, origem nas falhas e acidentes na CPTM, inicialmente atribuídas - pelo governo do estado, CPTM e “especialistas” a serviço do governo - a fatores humanos. Aos mortos em acidentes foram atribuídas responsabilidades pelas próprias mortes. Ferroviários foram demitidos por justa causa etc.
Esses argumentos perderam eficácia, principalmente quando, em um mesmo dia, Metrô e CPTM apresentaram falhas. Pior para a estratégia escapista adotada até aquele momento, pois, no dia do duplo “apagão”, não havia a quem culpar.
Passaram, sob a batuta aparentemente insuspeita de “especialistas”, a reconhecer “certos limites” no sistema metroferroviário, devido dificuldade de operar e manter o tal “sistema” ao mesmo tempo. A solução foi fechar a circulação de trens da linha 9 em certos horários nos finais de semana.
Se ocorrer outra falha ou acidente nessa linha, resta a explicação que os trabalhos da via não estão concluídos.
Agora, os especialistas apareceram com uma novidade, a ser repetida por governo e gestores da CPTM: a de que serão necessários 10 anos para que o “sistema” funcione a contento.
Enquanto la nave va, colecionamos os argumentos empregados por representantes do governo, CPTM e especialistas, para posterior publicação de um dicionário de argumentos em torno de problemas da CPTM. Está ficando instigante.
*Éverson Paulo dos Santos Craveiro é presidente do Sindicato dos Ferroviários de Trens de Passageiros da Sorocabana (SINFERP)