POR RODRIGO RODRIGUES
O secretário de Planejamento do Governo de São Paulo, Júlio Semeghini, confirmou nesta terça-feira (03) mais um atraso na conclusão da Linha 4 – Amarela do Metrô.
Prometida primeiramente para ser totalmente finalizada até meados de 2014, a Estação Vila Sônia, última estação do plano iniciado há dez anos pelo governo Alckmin, deve ser concluída apenas em dezembro de 2015, segundo o secretário.
“O atraso da Vila Sônia se deve a uma reestruturação que tivemos que fazer em todo o desenho da estação, porque agora ela prevê uma nova expansão, em integração com a Linha 17 do Monotrilho, que vai ligar essa linha com o aeroporto de Congonhas. Não fazia sentido entregá-la como estava se agora ela poderá abarcar um sistema maior e mais integrado”, afirmou o secretário de Planejamento.
Além da estação final, Semeghini disse que não será possível entregar a estação Higienópolis-Mackenzie, que estava prometida para o primeiro semestre de 2014, mas só será entregue em dezembro do ano que vem.
“Na estação Higienópolis nós tivemos um problema sério porque havia uma nascente de água muito grande. Ali é uma parte baixa e toda a água da Avenida Paulista vinha pelo lençol freático, atrasando a obra em mais de seis meses. Foi preciso construir um muro de arrimo para conter essa água”, explica o secretário.
Histórico de atrasos
Apesar de mais esse atraso, o secretário disse que até junho as estações Oscar Freire e Fradique Coutinho devem ser inauguradas.
Essa é quinto atraso registrado na Linha 4 – Amarela, desde quando as obras começaram, em 2003. A Linha estava prometida inicialmente para o final de 2006. Depois de problemas com o Tribunal de Contas, nas licitações, a promessa foi estendida para 2007.
Mas no final de 2007, um acidente na estação Pinheiros atrasou o cronograma novamente para 2008, onde o governo se comprometeu a entregar ao menos as estações Pinheiros, Butantã e Paulista, que só foram inauguradas em maio de 2011.
De lá para cá, o governo paulista vêm prometendo que entregaria toda a obra até junho de 2014, prazo para que a linha servisse aos visitantes que abarcarão na cidade para a Copa do Mundo.
Falta de empresas
Júlio Semeghini justifica a lentidão nos problemas técnicos chamados por ele de “imprevisíveis” e também pela quantidade de obras do governo em andamento na cidade. “Nunca se construiu tanto metrô em São Paulo como agora. Nesse momento são mais de 90 estações em andamento, que é mais do que todas as estações que já temos na cidade”, aponta.
O secretário de Planejamento também atribui os atrasos também a falta de empresas no mercado capazes de abarcar tantos projetos do governo paulista: “Estamos trazendo empresas de todos os lugares do mundo para atender a demanda. Mas não tem mais empresa suficiente no mundo para gente tocar projeto. Então certas obras ocorrem pela quantidade de obras que estão sendo realizadas ao mesmo tempo”, completa.
Semeghini participou nesta terça-feira de uma audiência pública na Assembleia Legislativa de São Paulo para falar sobre os projetos e execuções no orçamento da pasta.