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2 de dezembro de 2013

Rachaduras em estações do metrô de SP exigem cuidados, dizem especialistas


À esquerda, rachadura na estação República, que chama a atenção de engenheiros; à direita foram causadas por infiltração e precisam ser monitoradas sempre Fernando Mellis/R7

Ao passar por algumas estações do metrô de São Paulo, muitas pessoas não prestam atenção em um problema silencioso: as rachaduras, fissuras e trincas provocadas pela infiltração de água. O R7 circulou por diversas paradas e constatou danos nas paredes da República, Trianon-Masp, Consolação, Paulista e também no túnel que liga as duas últimas, obra entregue em 2010. Segundo engenheiros ouvidos pelo R7, esse tipo de avaria requer cuidado permanente para que não ofereça risco aos usuários.

O vice-presidente do Sindicato dos Engenheiros de São Paulo, Celso Atienza, ressalta a necessidade de acompanhamento do avanço das rachaduras.

— Não é normal ter rachaduras daquele tipo. Não é para ter. Alguma coisa está acontecendo. Você precisaria ter um ensaio tecnológico, com aparelho, para ver como é que está o comprometimento.

O caso de maior destaque é uma rachadura na estação República. A marca chamou a atenção do engenheiro Marco Antônio Gullo, diretor do departamento de cursos do Instituto de Engenharia de São Paulo. A pedido da reportagem, ele analisou fotos da parede.

— Na casualidade de a rachadura existente não se tratar de uma junta estrutural [prevista na planta] entre duas vigas, onde seria uma apoiada na outra, trata-se de uma ocorrência grave, geralmente, ocasionada pela deficiência da armadura interna do elemento estrutural.

Gullo explica que a infiltração por muito tempo sem ser reparada prejudica a estrutura.  

— Em longo prazo, vai desencadear um processo de degradação do concreto por corrosão da armadura. Com isso, você vai perdendo a capacidade de resistência do elemento estrutural. Aí chega uma hora, pode entrar em colapso.

Já o engenheiro especialista em obras subterrâneas, Roberto Kochen, que também analisou as imagens a pedido do R7, as marcas são normais em construções como essas.
— É um aspecto que requer manutenção. Isso deve estar nos planos do Metrô. Mas não envolve risco de algum problema maior.

Sobre a rachadura da estação República, o engenheiro ressalta que seria necessária uma inspeção para avaliar com profundidade. Ele também acredita que pode ser uma junta de concretagem, mas ressalta que não é comum que elas sejam feitas em ângulo de 45º.

O Ministério Público de São Paulo acompanha o caso. Segundo, o promotor de Justiça de Habitação e Urbanismo da Capital, Maurício Ribeiro Lopes, o Metrô afirmou, por meio de um documento, que a infiltração na estação Consolação foi causada por um vazamento de um colégio próximo e que já teria sido solucionada.

Lopes tomou conhecimento dos problemas nas estações República, Paulista e Trianon-Masp por meio do R7.  Segundo ele, um ofício foi enviado na última quinta-feira (28) ao Metrô e à ViaQuatro — responsável pela linha Amarela —  para que prestem esclarecimentos.

Procurado pelo R7, o Metrô afirmou que as infiltrações “não representam nenhum tipo de risco”. Leia a íntegra da nota:

A Companhia do Metrô assegura que as pequenas fissuras e infiltrações encontradas no interior das estações citadas não representam nenhum tipo de risco para a estrutura das estações ou para o funcionamento dos equipamentos nestes locais. Vale destacar que técnicos e engenheiros do Metrô inspecionam rotineiramente as instalações do sistema metroviário, inclusive no interior dos túneis quando os trens deixam de circular. As inconformidades encontradas são lançadas em relatórios e tratadas oportunamente.   
  
R7