Projeto prevê enterramento de trecho da linha férrea e área para prédios comerciais
Arquitetos pretendem facilitar a união das Linhas 7 e 8, hoje com plataformas distantes apenas 500 metros
Hoje uma espécie de cicatriz urbana que separa bairros da zona oeste, a Estação Lapa da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) vai ser revitalizada para virar um grande espaço público. A ideia da companhia é enterrar a linha férrea e construir na superfície parque e prédios comerciais. A obra, que será financiada pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), deve começar no ano que vem.
Dois grandes problemas estruturais precisam ser resolvidos na Lapa. Primeiramente, porque há duas estações, uma da Linha 8-Diamante e outra da Linha 7-Rubi, separadas por 500 metros e sem nenhuma integração. Além disso, a linha férrea acabou separando o bairro em duas porções - as chamadas Lapa e Lapa de Baixo -, uma divisão existente desde os tempos do café.
"Pensamos em fazer algo que não só melhore a integração dos trens como também qualifique o bairro", diz a arquiteta Fernanda Barbara, sócia do escritório Una Arquitetos, responsável pelo plano. "São Paulo não pode mais pensar apenas em projetos de transporte, mas sim em projetos de qualificação urbana."
Praça linear. Com o enterramento de um trecho da linha férrea, a CPTM vai criar uma praça linear na superfície, que pode contar também com prédios e equipamentos públicos. A obra será feita em etapas - as imagens dos croquis mostram o desenho final esperado para a revitalização, com as estações subterrâneas e a integração das estações em um único ponto.
A reforma da Estação Lapa é uma das etapas mais importantes da revitalização da Linha 8. Atualmente, trata-se do ramal com mais equipamentos velhos da CPTM.
O pacote de revitalização que deve atingi-lo inclui a reconstrução de mais quatro estações: Comandante Sampaio, Domingos de Moraes, Imperatriz Leopoldina e Antônio João. Outras seis estações da linha - General Miguel Costa, Jardim Belval, Jardim Silveira, Quitaúna, Sagrado Coração e Santa Terezinha - vão receber reformas.
Além do dinheiro emprestado pelo BNDES, o Estado vai investir mais R$ 94,5 milhões na linha. O financiamento está previsto para durar até 2016, quando a restauração do ramal deve terminar. A Lapa também é tida como estratégica por outro motivo: o planejamento do Metrô até 2020 prevê que partirá dali a futura Linha 20-Rosa, que passará pela Avenida Brigadeiro Faria Lima e já é disputada por empresas internacionais, por meio de uma Parceria Público-Privada (PPP).
Histórico. A Estação Lapa foi inaugurada pela São Paulo Railway (SPR) em 20 de fevereiro de 1899 e foi uma das últimas a serem abertas dentro de São Paulo pela empresa. O local foi escolhido porque a SPR precisou construir suas oficinas perto do rio, por causa da necessidade de água para as caldeiras.
Já em 1958, depois que as linhas da SPR foram absorvidas pelo governo federal, a Estrada de Ferro Sorocabana construiu uma outra Estação Lapa - inaugurada na época apenas com o nome de KM 7. Assim, as duas estações ficaram até hoje sem integração, mesmo dividindo o nome e estando próximas.
Estadão
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Arquitetos pretendem facilitar a união das Linhas 7 e 8, hoje com plataformas distantes apenas 500 metros
Hoje uma espécie de cicatriz urbana que separa bairros da zona oeste, a Estação Lapa da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) vai ser revitalizada para virar um grande espaço público. A ideia da companhia é enterrar a linha férrea e construir na superfície parque e prédios comerciais. A obra, que será financiada pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), deve começar no ano que vem.
Dois grandes problemas estruturais precisam ser resolvidos na Lapa. Primeiramente, porque há duas estações, uma da Linha 8-Diamante e outra da Linha 7-Rubi, separadas por 500 metros e sem nenhuma integração. Além disso, a linha férrea acabou separando o bairro em duas porções - as chamadas Lapa e Lapa de Baixo -, uma divisão existente desde os tempos do café.
"Pensamos em fazer algo que não só melhore a integração dos trens como também qualifique o bairro", diz a arquiteta Fernanda Barbara, sócia do escritório Una Arquitetos, responsável pelo plano. "São Paulo não pode mais pensar apenas em projetos de transporte, mas sim em projetos de qualificação urbana."
Praça linear. Com o enterramento de um trecho da linha férrea, a CPTM vai criar uma praça linear na superfície, que pode contar também com prédios e equipamentos públicos. A obra será feita em etapas - as imagens dos croquis mostram o desenho final esperado para a revitalização, com as estações subterrâneas e a integração das estações em um único ponto.
A reforma da Estação Lapa é uma das etapas mais importantes da revitalização da Linha 8. Atualmente, trata-se do ramal com mais equipamentos velhos da CPTM.
O pacote de revitalização que deve atingi-lo inclui a reconstrução de mais quatro estações: Comandante Sampaio, Domingos de Moraes, Imperatriz Leopoldina e Antônio João. Outras seis estações da linha - General Miguel Costa, Jardim Belval, Jardim Silveira, Quitaúna, Sagrado Coração e Santa Terezinha - vão receber reformas.
Além do dinheiro emprestado pelo BNDES, o Estado vai investir mais R$ 94,5 milhões na linha. O financiamento está previsto para durar até 2016, quando a restauração do ramal deve terminar. A Lapa também é tida como estratégica por outro motivo: o planejamento do Metrô até 2020 prevê que partirá dali a futura Linha 20-Rosa, que passará pela Avenida Brigadeiro Faria Lima e já é disputada por empresas internacionais, por meio de uma Parceria Público-Privada (PPP).
Histórico. A Estação Lapa foi inaugurada pela São Paulo Railway (SPR) em 20 de fevereiro de 1899 e foi uma das últimas a serem abertas dentro de São Paulo pela empresa. O local foi escolhido porque a SPR precisou construir suas oficinas perto do rio, por causa da necessidade de água para as caldeiras.
Já em 1958, depois que as linhas da SPR foram absorvidas pelo governo federal, a Estrada de Ferro Sorocabana construiu uma outra Estação Lapa - inaugurada na época apenas com o nome de KM 7. Assim, as duas estações ficaram até hoje sem integração, mesmo dividindo o nome e estando próximas.
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