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5 de junho de 2012

Passageiros enfrentam rotina de perigo e desconforto nos trens de SP


Estação Luz 

Em São Paulo, na hora de embarcar nos trens, os passageiros enfrentam uma rotina diária de desconforto e de perigo.

Mãos apressadas tocam o trem, parecem exigir que ele pare bem na frente dos passageiros. Depois, mãos irritadas socam a porta do veículo, para forçar a entrada da multidão. O trem fica superlotado em poucos segundos. O olhar dos passageiros revela que algo de errado aconteceu.

Do meio do tumulto, acompanhada por um funcionário da Companhia de Trens, Cleidiane sai mancando e vai chorar no fundo da estação.

"Enquanto eu estava no chão, eles pisaram em cima, direto", conta a mulher.

Cleidiane tem um inchaço na canela e perdeu as sandálias.

Vivendo e revivendo essa rotina, percebe-se que depois das 17h, a Estação da Luz, beleza histórica paulistana, não merece tanto a boa fama que tem. Só passageiro forte para encarar o sufoco de uma escadaria. E quando se chega na plataforma, já tem passageira ferida precisando de cadeira de rodas.

A linha mais movimentada leva mais de meio milhão de pessoas por dia e é quase sempre desse jeito.

O alto-falante pede paciência: "na impossibilidade de embarcar, não segure as portas". Alerta sobre um espaço traiçoeiro, no caminho de todos os passageiros. Mas não tem aviso que chegue para compensar a distância de 30 centímetros entre a plataforma e o trem.

"Ou você ‘entra para dentro’ ou você cai no buraco, você escolhe. Você quer que o trem passe por cima de você? Ninguém quer, né?", diz um homem.

Um homem machuca o braço na porta quando, do lado de fora, uma moça quase desaparece no vão. Ela só não cai no fosso porque fica presa pela perna direita e recebe ajuda. Ainda abatida, ela conta com a gentileza de um passageiro para se sentar e seguir para casa sem registrar o acidente.

A Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) informou que o vão entre o trem e a plataforma é grande porque as linhas também são usadas por trens de carga e que a situação será resolvida com a construção do chamado Ferroanel.

Fonte: Jornal Nacional

Página: Oficial Diário da CPTM

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