São Paulo deveria ter, desde 2003, um museu a céu aberto de cerca de 15 km de extensão, com estações temáticas tratando de história, cultura e meio ambiente que seriam percorridas dentro de locomotivas e vagões de mais de 100 anos. Essa seria a Estrada de Ferro Perus-Pirapora, tombada na década de 1980 e cuja recuperação começou em 2001. Sem ajuda do poder público, voluntários estão reformando a linha. Metade dela deverá estar operando no ano que vem.
1. Qual é a história da estrada de ferro?
Projetada no começo do século 20 para transportar calcário de Cajamar até Perus, onde funcionava a primeira fábrica de cimento do Brasil, a Estrada de Ferro Perus-Pirapora estava abandonada desde 1983, quando foi desativada. Ela foi a última ferrovia de trens leves a ser desativada no País - por isso, acumulou locomotivas e vagões históricos das outras linhas férreas que deixavam de funcionar.
2. Por que a ferrovia foi desativada?
Por causa do fechamento da usina de cimento Portland. Em 1987, a ferrovia foi tombada pelo governo estadual, mas permaneceu abandonada.
3.De quem é a ferrovia?
É de propriedade particular. Na época do tombamento, ficou combinado que apenas 15 km dos 21 km originais seriam tombados. A parte que ficou sem proteção, majoritariamente em área urbana, podia ser explorada comercialmente pelo dono. O resto foi cedido em comodato para o Instituto de Ferrovias e Preservação do Patrimônio Cultural (IFPPC) em 2001.
4. O que será feito dela?
Naquele ano, começou o trabalho de restauração dos trilhos e das locomotivas. A intenção era que, ainda em 2003, os 15 km estivessem operando parcialmente. Seis estações temáticas - cada uma voltada a assuntos como meio ambiente, cultura e história regional, por exemplo - mostrariam aos passageiros aspectos da Mata Atlântica e do Cerrado da região e como ocorreu o povoamento da primeira região com mineração de ouro no Brasil, ainda no século 16. Os passeios seriam feitos em locomotivas do fim do século 19 e do início do 20.
5. Como está o projeto hoje?
Segundo o presidente do IPCC, Júlio Moraes, uma mudança na gestão do instituto está fazendo com que as obras caminhem mais rapidamente - o aumento nos patrocínios de empresa também ajuda. A ideia é que, até o ano que vem, metade já esteja funcionando. Um pequeno trecho de 3 km está aberto à visitação todo domingo, ainda em caráter de teste. Mais informações podem ser obtidas pelo (11) 2885-2837.
O Estado de S.Paulo
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