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6 de junho de 2014

STF vê indícios de ligação de deputados com cartel de trens

O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Marco Aurélio Mello afirmou que o depoimento de um ex-diretor da Siemens aponta "indícios do envolvimento" dos deputados federais José Aníbal (PSDB) e Rodrigo Garcia (DEM) no esquema de pagamento de propinas do cartel de trens em São Paulo e decidiu manter os congressistas no inquérito do caso.

Em despacho de segunda-feira (2), o ministro excluiu da investigação do STF o senador Aloysio Nunes (PSDB) e os deputados federais Edson Aparecido (PSDB) e Arnaldo Jardim (PPS) por entender que não há indícios suficientes contra eles nas apurações sobre o cartel.

Segundo Mello, o "colaborador X" apontou os nomes de Aníbal e Garcia como envolvidos no esquema de suborno. O depoente "X" é o ex-diretor da Siemens Everton Rheinheimer, que delatou o cartel de trens ao governo federal em maio de 2013.

"Vê-se que, nas declarações, há indícios do envolvimento dos requerentes Rodrigo Garcia e José Aníbal. É cedo, muito cedo, para chegar-se a conclusão a respeito da participação, ou não, dos citados parlamentares. Por ora, é suficiente ao aprofundamento das investigações o que declarado pelo colaborador 'x", segundo a decisão judicial.

Para o prosseguimento das investigações, o ministro determinou ainda o depoimento do presidente da estatal de trens CPTM Mário Bandeira, do ex-diretor da CPTM Antonio Kanji Hoshikawa, de Silvio Ranciaro, aliado político de Aníbal, e Jorge Fagali Neto, ex-secretário de Transportes de São Paulo.

Alexandre de Moraes, advogado de Garcia, diz ter gostado da decisão do ministro porque indefere os pedidos de cooperação internacional. "O único indício existente até agora [do recebimento de propina] é a delação. Esse inquérito vai ser arquivado porque as testemunhas não vão confirmar nada do que o delator disse. Elas já fizeram isso em depoimentos no Ministério Público".

Moraes afirma que vai pedir a acareação de Garcia com o ex-executivo da Siemens que o acusou de ter recebido propina. O advogado também vai solicitar urgência ao Supremo para que o inquérito acabe antes das eleições. Garcia é candidato a deputado federal pelo DEM.

"O despacho é claro sobre a inexistência de qualquer outro indício ou prova em relação a mim", disse Rodrigo Garcia em nota, referindo-se aos depoimentos do delator.

OUTRO LADO

Aníbal refuta com veemência que tenha participado dos eventos relatados pelo delator, a quem chama de "bandido". Ele disse que vai pedir ao ministro Marco Aurélio para que as audiências sejam feitas o mais rapidamente possível ("na próxima semana, já") para esclarecer o caso definitivamente.
"Abro 20 anos das minhas contas bancárias, do meu imposto de renda, de tudo o que tenho para provar essas declarações do bandido são completamente falsas", afirma.

Segundo ele, as acusações contra ele fazem parte de uma estratégia eleitoral do PT: "O PT tem a ilusão de que, com um dossiê apócrifo feito por um falsário, o Simão Pedro, e apresentado por um prevaricador, o ministro José Eduardo Cardozo, vai inviabilizar uma eventual candidatura minha a senador".
O diretório estadual do PSDB afirma em nota "sua total confiança" em Aníbal e classifica as acusações contra ele de "levianas e eleitoreiras".

FLÁVIO FERREIRA
MARIO CESAR CARVALHO
DE SÃO PAULO

Folha de São Paulo

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