O secretário de Transportes Metropolitanos do Estado de São Paulo , Jurandir Fernandes, afirmou nesta segunda-feira (7) que o Metrô vai fazer um Plano de Demissão Voluntária (PDV) para cortar custos e ajudar a bancar a tarifa a R$ 3. Em junho, após protestos da população nas ruas, o governo do Estado e a Prefeitura de São Paulo revogaram o aumento de R$ 0,20 previstos para trens, ônibus e metrô na cidade.
Segundo Jurandir, a intenção é também antecipar aposentadorias. "Dentro do Metrô, nós vamos fazer um plano de PDV. Estamos analisando a possibilidade de incentivar ou motivar algumas pessoas que queiram sair, a possibilidade de antecipar algumas aposentarias. Nada que possa afetar a operação, mais o pessoal ligado à área administrativa", afirmou.
O secretário participou do Fórum Mobilidade Urbana, que acontece nesta segunda e terça-feira (8) na sede do Ministério Público do Estado de São Paulo.
Até a publicação desta reportagem, a Secretaria dos Transportes Metropolitanos não havia detalhado o número de funcionários que o Metrô tem hoje, quantos deverão sair e qual a economia que isso irá render. Segundo Jurandir, a orientação da secretaria é para uma redução de custos. Além do Metrô, a EMTU e a CPTM fazem parte da pasta.
Impostos
Jurandir disse que não está previsto um aumento da carga tributária para compensar a revogação do aumento da tarifa. Na quinta-feira (3), o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), afirmou que o aumento de arrecadação de 24% no IPTU no ano que vem ajudará a manter a tarifa a R$ 3.
“Um dos destinos da fonte [do IPTU] é o subsídio ao transporte. Um dos maiores investimentos que nós vamos fazer no ano que vem é no transporte. De R$ 600 milhões vai para R$ 1,6 bilhão. A intenção é justamente poder manter a tarifa [no ano que vem]. Agora tem que ver o que a Câmara decide”, afirmou Haddad
Jurandir Fernandes afirmou que o governo do estado ainda não tem uma definição do que pode ocorrer com a tarifa de trens e metrô no ano que vem, mas que considera o congelamento tarifário por muitos anos é "preocupante" e pode afetar a qualidade.
Ele afirmou que não haverá cortes em investimentos e que a intenção é conseguir ainda ampliar o nível de recursos investidos com o capital privado. Isso se dará por meio de Parcerias Público Privadas (PPP), como a da linha 6-Laranja, em fase de licitação.
Economia
Logo após revogar o aumento, o governador Geraldo Alckmin anunciou outras medidas para corter gastos, como faz o Metrô agora. O programa de contenção incluía a extinção de uma secretaria (Desenvolvimento Metropolitano) e a fusão de três autarquias (Cepam, Fundap e Seade). Apenas na reestruturação, a economia anunciada foi de R$ 355 milhões: R$ 129 milhões neste ano e R$ 226 milhões em 2014. O governo anunciou ainda que venderia um helicóptero.
G1