O jornalista Caco Barcellos e sua equipe, da Rede Globo, foram expulsos do protesto em São Paulo
Foto: Mauricio Camargo / Brazil Photo Press
Os manifestantes que protestam contra o aumento da tarifa do transporte público no largo da Batata, em São Paulo, expulsaram uma equipe da Rede Globo do ato que acontece desde as 17h. O jornalista Caco Barcellos e seus repórteres não conseguiram ficar no protesto, que fecha a avenida Faria Lima. Os manifestantes expulsaram os profissionais com gritos de “Fora Globo” e “Central Globo de Mentiras”.
Após a confusão, o jornalista relatou à equipe do Terra que chegou a ser alvo de empurrões e pontapés. "Faz parte do meu trabalho. O importante é que estou aqui fazendo o meu trabalho. Sei que isso é normal, do contrário eu não estaria aqui", disse. Caco Barcellos continuou acompanhando o protesto, mas toda a vez que a câmera é ligada os manifestantes gritam contra a TV Globo.
Militantes identificados com bandeiras de partidos também foram hostilizados por manifestantes. Houve um princípio de briga entre eles. A multidão gritava para filiados de legendas como PSTU, PCO e PCB: “Nenhum partido nos representa”. Os manifestantes também bradavam palavras de ordem, destacando que o protesto “não é comício”. “Sem bandeira”, gritavam.
Meia hora após a confusão, jovens que portavam bandeiras de partidos deixaram o protesto. O clima entre os manifestantes é tenso.
O deputado Carlos Gianazzi (Psol), que acompanha o ato, afirmou que "é compreensível e natural essa desilusão com partidos". "Mas é importante divulgar as ideias", disse.
Cerca de 4 mil manifestantes se concentravam no largo do Batata por volta das 17h20. A previsão é de que grupo inicie marcha a partir das 18h. Grande parte do comércio na região do Largo da Batata já fechou as portas com receio de tumultos. Nos poucos estabelecimentos que seguem em funcionamento, lojistas se dizem ’atentos’ à movimentação de manifestantes.
Cenas de guerra nos protestos em SP
A cidade de São Paulo enfrenta protestos contra o aumento na tarifa do transporte público desde o dia 6 de junho. Manifestantes e policiais entraram em confronto em diferentes ocasiões e ruas do centro se transformaram em cenários de guerra. Enquanto policiais usavam bombas e tiros de bala de borracha, manifestantes respondiam com pedras e rojões
Durante os atos, portas de agências bancárias e estabelecimentos comerciais foram quebrados, ônibus, muros e monumentos pichados e lixeiras incendiadas. Os manifestantes alegam que reagem à repressão opressiva da polícia, que age de maneira truculenta para tentar conter ou dispersar os protestos.
Segundo a administração pública, em quatro dias de manifestações mais de 250 pessoas foram presas, muitas sob acusação de depredação de patrimônio público e formação de quadrilha. No dia 13 de junho, bombas de gás lacrimogêneo lançadas pela Polícia Militar na rua da Consolação deram início a uma sequência de atos violentos por parte das forças de segurança, que se espalharam pelo centro.
O cenário foi de caos: manifestantes e pessoas pegas de surpresa pelo protesto correndo para todos os lados tentando se proteger; motoristas e passageiros de ônibus inalando gás de pimenta sem ter como fugir em meio ao trânsito; e vários jornalistas, que cobriam o protesto, detidos, ameaçados ou agredidos.
No dia seguinte ao protesto marcado pela violência, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) declarou que via "ações coordenadas" oportunistas no movimento, reiterou "a defesa do direito de ir e vir" da população, mas garantiu que não permitirá que os manifestantes prejudiquem a circulação de veículos e pessoas. No mesmo dia, o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), afirmou que a polícia deve ser investigada por abusos cometidos, mas não deixou de criticar a ação dos ativistas.
As agressões da polícia repercutiram negativamente na imprensa e também nas redes sociais. Vítimas e testemunhas da ação violenta divulgaram relatos, fotografias e vídeos na internet. A mobilização ultrapassou as fronteiras do País e ganhou as ruas de várias cidades do mundo. Dezenas de manifestações foram organizadas em outros países em apoio aos protestos em São Paulo e repúdio à ação violenta da Polícia Militar. Eventos foram marcados pelas redes sociais em quase 30 cidades da Europa, Estados Unidos e América Latina.
As passagens de ônibus, metrô e trem da cidade de São Paulo passaram a custar R$ 3,20 no dia 2 de junho. A tarifa anterior, de R$ 3, vigorava desde janeiro de 2011. Segundo a administração paulista, caso fosse feito o reajuste com base na inflação acumulada no período, aferido pelo IPC/Fipe, o valor chegaria a R$ 3,40. "O reajuste abaixo da inflação é um esforço da prefeitura para não onerar em excesso os passageiros", disse em nota.
O prefeito da capital havia declarado que o reajuste poderia ser menor caso o Congresso aprovasse a desoneração do Programa de Integração Social (PIS) e da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) para o transporte público. A proposta foi aprovada, mas não houve manifestação da administração municipal sobre redução das tarifas.
Fonte: G1
Foto: Mauricio Camargo / Brazil Photo Press
Os manifestantes que protestam contra o aumento da tarifa do transporte público no largo da Batata, em São Paulo, expulsaram uma equipe da Rede Globo do ato que acontece desde as 17h. O jornalista Caco Barcellos e seus repórteres não conseguiram ficar no protesto, que fecha a avenida Faria Lima. Os manifestantes expulsaram os profissionais com gritos de “Fora Globo” e “Central Globo de Mentiras”.
Após a confusão, o jornalista relatou à equipe do Terra que chegou a ser alvo de empurrões e pontapés. "Faz parte do meu trabalho. O importante é que estou aqui fazendo o meu trabalho. Sei que isso é normal, do contrário eu não estaria aqui", disse. Caco Barcellos continuou acompanhando o protesto, mas toda a vez que a câmera é ligada os manifestantes gritam contra a TV Globo.
Militantes identificados com bandeiras de partidos também foram hostilizados por manifestantes. Houve um princípio de briga entre eles. A multidão gritava para filiados de legendas como PSTU, PCO e PCB: “Nenhum partido nos representa”. Os manifestantes também bradavam palavras de ordem, destacando que o protesto “não é comício”. “Sem bandeira”, gritavam.
Meia hora após a confusão, jovens que portavam bandeiras de partidos deixaram o protesto. O clima entre os manifestantes é tenso.
O deputado Carlos Gianazzi (Psol), que acompanha o ato, afirmou que "é compreensível e natural essa desilusão com partidos". "Mas é importante divulgar as ideias", disse.
Cerca de 4 mil manifestantes se concentravam no largo do Batata por volta das 17h20. A previsão é de que grupo inicie marcha a partir das 18h. Grande parte do comércio na região do Largo da Batata já fechou as portas com receio de tumultos. Nos poucos estabelecimentos que seguem em funcionamento, lojistas se dizem ’atentos’ à movimentação de manifestantes.
Cenas de guerra nos protestos em SP
A cidade de São Paulo enfrenta protestos contra o aumento na tarifa do transporte público desde o dia 6 de junho. Manifestantes e policiais entraram em confronto em diferentes ocasiões e ruas do centro se transformaram em cenários de guerra. Enquanto policiais usavam bombas e tiros de bala de borracha, manifestantes respondiam com pedras e rojões
Durante os atos, portas de agências bancárias e estabelecimentos comerciais foram quebrados, ônibus, muros e monumentos pichados e lixeiras incendiadas. Os manifestantes alegam que reagem à repressão opressiva da polícia, que age de maneira truculenta para tentar conter ou dispersar os protestos.
Segundo a administração pública, em quatro dias de manifestações mais de 250 pessoas foram presas, muitas sob acusação de depredação de patrimônio público e formação de quadrilha. No dia 13 de junho, bombas de gás lacrimogêneo lançadas pela Polícia Militar na rua da Consolação deram início a uma sequência de atos violentos por parte das forças de segurança, que se espalharam pelo centro.
O cenário foi de caos: manifestantes e pessoas pegas de surpresa pelo protesto correndo para todos os lados tentando se proteger; motoristas e passageiros de ônibus inalando gás de pimenta sem ter como fugir em meio ao trânsito; e vários jornalistas, que cobriam o protesto, detidos, ameaçados ou agredidos.
No dia seguinte ao protesto marcado pela violência, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) declarou que via "ações coordenadas" oportunistas no movimento, reiterou "a defesa do direito de ir e vir" da população, mas garantiu que não permitirá que os manifestantes prejudiquem a circulação de veículos e pessoas. No mesmo dia, o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), afirmou que a polícia deve ser investigada por abusos cometidos, mas não deixou de criticar a ação dos ativistas.
As agressões da polícia repercutiram negativamente na imprensa e também nas redes sociais. Vítimas e testemunhas da ação violenta divulgaram relatos, fotografias e vídeos na internet. A mobilização ultrapassou as fronteiras do País e ganhou as ruas de várias cidades do mundo. Dezenas de manifestações foram organizadas em outros países em apoio aos protestos em São Paulo e repúdio à ação violenta da Polícia Militar. Eventos foram marcados pelas redes sociais em quase 30 cidades da Europa, Estados Unidos e América Latina.
As passagens de ônibus, metrô e trem da cidade de São Paulo passaram a custar R$ 3,20 no dia 2 de junho. A tarifa anterior, de R$ 3, vigorava desde janeiro de 2011. Segundo a administração paulista, caso fosse feito o reajuste com base na inflação acumulada no período, aferido pelo IPC/Fipe, o valor chegaria a R$ 3,40. "O reajuste abaixo da inflação é um esforço da prefeitura para não onerar em excesso os passageiros", disse em nota.
O prefeito da capital havia declarado que o reajuste poderia ser menor caso o Congresso aprovasse a desoneração do Programa de Integração Social (PIS) e da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) para o transporte público. A proposta foi aprovada, mas não houve manifestação da administração municipal sobre redução das tarifas.
Fonte: G1