A abertura da Estação Adolfo Pinheiro, da Linha 5-Lilás do Metrô de São Paulo, foi adiada por tempo indeterminado. Ela deveria começar a funcionar em fase de testes com passageiros a partir deste sábado (1º), conforme havia anunciado o governador Geraldo Alckmin na sexta-feira (17).
O motivo do adiamento foi a exigência, por parte dos bombeiros, de "medidas adicionais de segurança", de acordo com o Metrô.
Nesta sexta-feira (31), o G1 esteve na estação que terá como uma de suas principais novidades uma "vitrine arqueológica" com trilhos de bondes achados em escavações na região.
No período da tarde, enquanto a equipe de reportagem visitou a estação, funcionários ainda cuidavam da limpeza e da instalação de itens de iluminação, cabos e reparos.
Moderna, a nova estação lembra as da Linha 4-Amarela. As plataformas de embarque têm uma barreira de vidro que isola os passageiros dos trilhos. Além de evitar acidentes, essa parede transparente impede que objetos caiam na via e atrasem as viagens.
Mais semelhanças com as estações da Linha 4 são os tetos de vidro, que aproveitam a luz natural durante o dia, e as portas automáticas nas plataformas, que só abrem quando o trem para.
Há também 12 escadas rolantes inteligentes (com sensores que identificam quando alguém pisa nos degraus, aumentando a velocidade do rolamento) e elevadores acessíveis para deficientes físicos. O chão de toda a estação tem piso tátil, essencial para cegos caminharem com segurança.
Outra novidade é uma vitrine arqueológica. Dois pedaços de trilhos de bonde do começo do século passado que foram encontrados durante escavações da nova estação estão expostos em uma caixa de vidro. Segundo o Metrô, ambos os seguimentos foram tratados e higienizados utilizando modernas técnicas de preservação.
Visita assistida
Quando começar a funcionar em testes, a nova estação vai operar no esquema chamado pelos técnicos de "visita assistida" – daí seu horário reduzido. As viagens até a estação Largo 13 serão gratuitas; quem quiser seguir viagem para o restante da linha terá de pagar a tarifa de R$ 3 no Largo 13. Ainda não há previsão de quando será a inauguração oficial da estação.
Trabalhadores da região ouvidos peloG1 disseram estar esperançosos com a nova estação. “Vai ser mais uma opção de transporte”, disse a vendedora Tatiana Luiz da Silva, de 25 anos. Moradora do Grajaú, na Zona Sul, a jovem pega diariamente ônibus para ir até a loja de bijuterias onde trabalha. Agora, poderá ir de trem desde seu bairro até a estação Santo Amaro e, de lá, baldear para a Linha 5 do Metrô, terminando na Adolfo Pinheiro, a apenas uma quadra do serviço.
Além da facilidade proporcionada pelo novo meio de transporte, Tatiana comemorou também o fim das obras. “Acabou o barulho e a poeira.”
Chácara Klabin
Há 20 anos levando e trazendo passageiros pelo bairro de Santo Amaro, o taxista Alberto Alves de Lima, de 54 anos, disse que a população carece de mais transporte na região. “Aqui sempre precisou de Metrô”. Ele aprovou, com ressalvas, a nova estação. “Vai ficar bom, mesmo, depois, quando tiver integração com as outras linhas.” A previsão do Metrô é que o trecho entre Adolfo Pinheiro e Chácara Klabin (na Linha 2) fique pronto em 2016.
Com 11,5 km de extensão, o trecho será composto por mais dez estações (Alto da Boa Vista, Borba Gato, Brooklin, Campo Belo – integração com a futura Linha 17-Ouro - , Eucaliptos, Moema, AACD-Servidor, Hospital São Paulo , Santa Cruz - baldeando com a Linha 1 - e Chácara Klabin) e está orçado em R$ 7,5 bilhões.
Esse novo trecho fará com que a Linha 5 tenha 19,9 km, 17 estações, dois pátios de estacionamento e manutenção. Quando totalmente terminada, ela terá demanda estimada de 771.110 passageiros por dia. Ao todo, 34 trens vão operar nos horários de pico.
Fonte G1