Nove pessoas foram despejadas na manhã de hoje (27) e tiveram a casa demolida imediatamente. Local abrigará estação Brooklin Paulista
Funcionários do Metrô, acompanhados de um oficial de Justiça e de dois policiais militares, removeram, sem aviso prévio, na manhã de hoje (27), a última família que residia no local onde será construída a estação Brooklin Paulista do monotrilho da Linha 17-Ouro, na esquina da rua Cristóvão Pereira com a avenida Jornalista Roberto Marinho, na zona sul de São Paulo. A família, composta por três adultos e seis crianças, reclama que aguardava negociação e que não tem para onde ir.
Segundo Juliana Pereira de Queiróz, de 28 anos, o movimento começou às 6h. “Eles já chegaram dizendo para a gente arrumar tudo e colocar no caminhão que eles trouxeram. Não houve tempo para pensar. Não fomos avisados que isso ia acontecer.” A moradia, um salão dividido ao meio para abrigar os dois núcleos familiares, foi demolida logo em seguida.
Juliana afirmou que morava ali com os três filhos – dois meninos, um de 12 anos e outro de 3 meses, e uma menina de 11 – havia dois anos. No entanto, ela disse que vive na região desde criança. Um irmão, a companheira dele e mais três filhos – três meninos, um com 5 meses, outros com 2 e 3 anos – completam a família que vivia no local. “Eles não aceitaram nenhum comprovante nosso. A negociação nunca avançou e agora estamos na rua”, desabafou a moradora.
O assistente social Geilson Sampaio, ex-morador da comunidade do Comando, que também foi removida em virtude da construção do Monotrilho, está acompanhando a família e ressalta que o caso dela foi comum em todas as remoções na região. “É uma situação repetida. As pessoas não têm clareza de como proceder, as informações são incompletas, os documentos não valem. Elas precisam de um mínimo atendimento habitacional porque agora não têm para onde voltar”, afirmou.
Sampaio acompanhou a família à sede do Metrô de São Paulo, na rua Augusta, região central da capital. “Eles não quiseram atender no começo alegando que era preciso ter hora marcada. Mas conseguimos uma reunião com a assistência social do Metrô para amanhã, às 10h, para discutir o caso”, contou.
Em nota, o Metrô informou a "família habitando o local não tem direito ao reassentamento ou indenização porque ocupou o imóvel após o Decreto de Utilidade Pública e depois do convênio para reassentamento ou indenização ter sido realizado com os antigos moradores".
A nota informa ainda que "os ocupantes foram amplamente orientados e esclarecidos sobre as condições pelas quais não poderiam ser enquadrados no reassentamento ou receber indenização".
Durante o processo de remoção das comunidades Buraco Quente e Comando houve muitas reclamações das famílias sobre como o Metrô considerava um grupo familiar indenizável. O número de banheiros era mais determinante do que o número de pavimentos ou grupos familiares.
Comércios não estavam no planejamento e muitas pessoas tiveram que aceitar indenizações somente pelas casas. As indenizações máximas chegavam a R$ 110 mil, valor insuficiente para permanecer na região do Campo Belo, próximo ao aeroporto de Congonhas.
A linha 17-Ouro vai ligar o bairro do Morumbi ao Jabaquara, passando pelo Aeroporto de Congonhas e pela linha 9-Esmeralda da CPTM, todos na zona sul da cidade. A construção começou em 2012 e o primeiro trecho, entre Congonhas e a CPTM, deveria ficar pronto até a Copa do Mundo, em junho deste ano. No entanto, a previsão é de que só fique pronto em 2015.
por Rodrigo Gomes, da RBA
Funcionários do Metrô, acompanhados de um oficial de Justiça e de dois policiais militares, removeram, sem aviso prévio, na manhã de hoje (27), a última família que residia no local onde será construída a estação Brooklin Paulista do monotrilho da Linha 17-Ouro, na esquina da rua Cristóvão Pereira com a avenida Jornalista Roberto Marinho, na zona sul de São Paulo. A família, composta por três adultos e seis crianças, reclama que aguardava negociação e que não tem para onde ir.
Segundo Juliana Pereira de Queiróz, de 28 anos, o movimento começou às 6h. “Eles já chegaram dizendo para a gente arrumar tudo e colocar no caminhão que eles trouxeram. Não houve tempo para pensar. Não fomos avisados que isso ia acontecer.” A moradia, um salão dividido ao meio para abrigar os dois núcleos familiares, foi demolida logo em seguida.
Juliana afirmou que morava ali com os três filhos – dois meninos, um de 12 anos e outro de 3 meses, e uma menina de 11 – havia dois anos. No entanto, ela disse que vive na região desde criança. Um irmão, a companheira dele e mais três filhos – três meninos, um com 5 meses, outros com 2 e 3 anos – completam a família que vivia no local. “Eles não aceitaram nenhum comprovante nosso. A negociação nunca avançou e agora estamos na rua”, desabafou a moradora.
O assistente social Geilson Sampaio, ex-morador da comunidade do Comando, que também foi removida em virtude da construção do Monotrilho, está acompanhando a família e ressalta que o caso dela foi comum em todas as remoções na região. “É uma situação repetida. As pessoas não têm clareza de como proceder, as informações são incompletas, os documentos não valem. Elas precisam de um mínimo atendimento habitacional porque agora não têm para onde voltar”, afirmou.
Sampaio acompanhou a família à sede do Metrô de São Paulo, na rua Augusta, região central da capital. “Eles não quiseram atender no começo alegando que era preciso ter hora marcada. Mas conseguimos uma reunião com a assistência social do Metrô para amanhã, às 10h, para discutir o caso”, contou.
Em nota, o Metrô informou a "família habitando o local não tem direito ao reassentamento ou indenização porque ocupou o imóvel após o Decreto de Utilidade Pública e depois do convênio para reassentamento ou indenização ter sido realizado com os antigos moradores".
A nota informa ainda que "os ocupantes foram amplamente orientados e esclarecidos sobre as condições pelas quais não poderiam ser enquadrados no reassentamento ou receber indenização".
Durante o processo de remoção das comunidades Buraco Quente e Comando houve muitas reclamações das famílias sobre como o Metrô considerava um grupo familiar indenizável. O número de banheiros era mais determinante do que o número de pavimentos ou grupos familiares.
Comércios não estavam no planejamento e muitas pessoas tiveram que aceitar indenizações somente pelas casas. As indenizações máximas chegavam a R$ 110 mil, valor insuficiente para permanecer na região do Campo Belo, próximo ao aeroporto de Congonhas.
A linha 17-Ouro vai ligar o bairro do Morumbi ao Jabaquara, passando pelo Aeroporto de Congonhas e pela linha 9-Esmeralda da CPTM, todos na zona sul da cidade. A construção começou em 2012 e o primeiro trecho, entre Congonhas e a CPTM, deveria ficar pronto até a Copa do Mundo, em junho deste ano. No entanto, a previsão é de que só fique pronto em 2015.
por Rodrigo Gomes, da RBA