Ampliação da Linha-5 Lilás promete encurtar deslocamento desde bairros periféricos, como Capão Redondo |
Cerca de 600 funcionários se revezam 24 horas por dia na construção da futura Estação Adolfo Pinheiro, na Zona Sul de São Paulo, a primeira das 11 que serão levantadas nas obras de ampliação da Linha 5 - Lilás do Metrô.
LINHA 5 - LILÁS DO METRÔ
A Adolfo Pinheiro – perto da atual Largo 13, que já faz a ligação com o Capão Redondo – deverá ser inaugurada em 2013. Estima-se em cerca de 12 mil os passageiros que farão uso diário da nova estação.
A Linha 5 - Lilás dará agilidade aos deslocamentos do Capão Redondo para toda a cidade - e no futuro o trajeto chegará ao Jardim Ângela, ampliando o acesso de moradores da periferia aos bairros centrais.
Num deslocamento do Capão Redondo a Moema, por exemplo, o usuário ganhará mais de 50 minutos (veja a tabela na pág. 3). O trânsito também será beneficiado, conforme os cálculos do Metrô: a Linha 5 vai tirar de circulação 170 ônibus por hora de pico nos corredores Ibirapuera e Santo Amaro.
Subterrâneo /Quem visita as obras de escavação da futura estação Adolfo Pinheiro tem dificuldade para imaginar que tudo aquilo ficará subterrâneo e, em pouco tempo, a avenida que dá nome à estação voltará a ser aberta ao trânsito, sobre as instalações do Metrô.
“Ninguém imagina o trabalho que dá uma obra dessas quando está dentro do trem, em alta velocidade”, disse Irineu Demenek, 63 anos, técnico de obras do Metrô que, desde 1974, ajudou a construir quase todas as linhas da cidade.
A grande vantagem da Linha 5 - Lilás será a integração com as linhas 1 - Azul e 2 - Verde, além da interligação com a futura Linha 17 - Ouro, o monotrilho que irá do Jabaquara ao Morumbi, passando pelo Aeroporto de Congonhas.
Se não houver atrasos, os planos do Metrô preveem que a Linha 5 - Lilás entre em operação em 2015. Serão 20 quilômetros, do Capão Redondo à Chácara Klabin, com 17 estações. Os atuais oito trens darão vez a 26 composições novas. Serão transportados 771 mil passageiros por dia.
Quando estiver em operação, a nova linha vai possibilitar a readequação do transporte coletivo no centro de Santo Amaro. As interligações com as linhas 1 - Azul e 2 - Verde farão com que a demanda de passageiros seja redistribuída, o que permitirá novas opções de trajeto aos usuários.
Segundo o diretor de Engenharia e Construções do Metrô, Walter Castro, a obra vai atender 3,5 milhões de habitantes e facilitará o acesso de moradores da periferia aos centros histórico e expandido de São Paulo. “Áreas carentes serão ligadas a locais de grande oferta de empregos e serviços”, disse.
Justiça vai investigar a licitação da obra
O Ministério Público denunciou a formação de cartel entre as empresas que “disputaram” os vários trechos das obras de ampliação da Linha 5 - Lilás. O escândalo veio à tona quando o jornal “Folha de S. Paulo” publicou ter registrado em cartório, seis meses antes do resultado da licitação, os nomes de todos os vencedores.
Agora, a denúncia do MP contra 14 executivos de 12 construtoras vai ser investigada pela Justiça. De acordo com o promotor Marcelo Batlouni Mendroni, o custo da obra, estimado em quase R$ 7 bilhões, teria sido menor se os empresários tivessem participado de uma concorrência e não combinado entre si os preços de cada trecho da obra. Mendroni não denunciou funcionários do Metrô.
A investigação não paralisa a construção da linha. As empresas negaram a formação de cartel e a prática de irregularidades. Em entrevista coletiva, o promotor criticou a falta de punição: “Os empresários recebem bolos de dinheiro e, caso sejam pegos algum dia, acabam apenas pagando multas, usando o próprio dinheiro que já havia sido roubado.”
Diário de SP