O governo do Estado pretende entregar aos paulistanos mais 27 km de linhas e 23 novas estações do Metrô - quatro delas neste ano - até 2014, quando termina a gestão Geraldo Alckmin. Os investimentos previstos no período de 2012 a 2015 chegam a R$ 29,9 bilhões. Em 2011, os recursos vão alcançar R$ 4,8 bilhões, 10% a mais do que havia sido previsto, segundo o Plano de Investimentos da Secretaria de Transportes Metropolitanos (STM). Mas, o montante é R$ 10 bilhões a menos do que o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) afirma ser necessário para São Paulo se equiparar, por exemplo, à Cidade do México, que tem 200 quilômetros de linhas.
A malha de Metrô paulistano, hoje com 74,3 km, chegará a 101,3 km em 2014 - corresponde a uma média histórica de 9 km construídos por ano. Isso equivalerá a colocar em operação em apenas um ano quase os 12,8 km da Linha 4-Amarela, que será completada somente em 2015. "Essa linha está em efervescência, e as cinco estações que faltam serão entregues até 2014", garantiu Jurandir Fernandes, secretário de Transportes Metropolitanos.
Em outras frentes, o Metrô avança com maior agilidade. Estão sendo executadas, simultaneamente, obras de expansão e prolongamento da Linha 2-Verde (monotrilho), ligando Vila Prudente a São Mateus, e da 5-Lilás, no trecho entre as estações Largo Treze e Adolfo Pinheiro.
A implantação da primeira fase da Linha 17-Ouro (monotrilho) tem contrato assinado e está em andamento o processo de licença ambiental de instalação, a ser concluído até dezembro deste ano. Regularizada a licença, as obras começam na sequência. As obras das linhas 15-Branca e 18-Metrô Leve ABC (monotrilho) devem começar em 2013. A elas vai se somar a Linha 6-Laranja, com 13,5 km e 14 estações, que deverá transportar aproximadamente 638 mil passageiros por dia. Isso significa que, em 2014, o atual governo vai deixar em construção 82,5 km de metrô e 82 novas estações.
Além da Odebrecht Transporte Participações, outras cinco empresas, entre elas duas estrangeiras (coreana e portuguesa), demonstraram interesse em participar da elaboração do projeto de engenharia, levantamento de dados e movimentação de passageiros, análise e projeção de receita, estimativas de custos e despesas, análise de viabilidade econômico-financeira e dos aspectos legais, bem como a modelagem de contratação da Linha-6.
Em relação à 15-Branca, de 13,5 km e 13 estações, o governo do Estado decidiu mudar o trajeto para levá-la até a Rodovia Presidente Dutra, perto da divisa com Guarulhos. A ligação sairá da Vila Prudente, passará por Anália Franco e Penha, e chegará ao Parque Novo Mundo. Ela terá integração com a Linha 3-Vermelha na Estação Penha, bem com a 12-Safira da CPTM na Estação Tiquatira. Os trabalhos de sondagem começaram a ser feitos. O início das obras está previsto para 2013 e o teste de funcionamento, para 2017.
A Linha 18-Bronze (monotrilho) será a primeira rede metroviária intermunicipal, integrando o Sudeste da Região Metropolitana de São Paulo (ABC) com o Metrô. O traçado prevê 20 km de extensão, 18 estações (mais uma está em estudo), quatro terminais integrados e dois pátios. A previsão é de serem necessárias 25 composições para uma demanda inicial de 266 mil passageiros/dia em 2015. O traçado começa na Estrada do Alvarenga, passando pelas imediações do terminal Ferrazópolis do corredor ABC, seguindo pelas avenidas Lauro Gomes, Guido Aliberti, Presidente Wilson, até chegar ao terminal Tamanduateí do Metrô.
O projeto é dividido em duas fases: a primeira vai do Centro de São Bernardo até a Estação Tamanduateí do Metrô. A segunda, do Centro de São Bernardo até a Estrada do Alvarenga, no mesmo município. Os investimentos previstos são de R$ 4,1 bilhões. Desse total, R$ 2,8 bilhões serão para a primeira fase. Ainda neste semestre deverá ser contratado o projeto básico civil. O início das obras está previsto para o segundo semestre de 2013 e, em 2016, o início das operações.
Até 2014, o Metrô espera colocar em circulação 104 novos trens, dos quais 54 para a Linha 2-Verde (monotrilho), 24 para a 17-Ouro (monotrilho) e outros 26 para a 5-Lilás. Enquanto isso, 98 trens estão sendo reformados - 51 na Linha 1-Azul e 47 na 3-Vermelha. Entre as melhorias, estão ar condicionado, novos motores e freios e câmeras de vigilância. Até o momento, cinco unidades dos 98 trens em reforma foram entregues e estão em atividade. Os trabalhos deverão se prolongar até o final de 2013.
O Metrô também deve reduzir o tempo médio de espera de 120 para 90 segundos. Até final deste ano, a Alstom vai finalizar a implantação do Communication-Based Train Control (CBTC) na Linha 2-Verde. O sistema, um dos mais modernos do mundo no setor de controle de tráfego de trens, está sendo testado em um trecho dessa linha. A previsão é que a implantação do CBTC nas linhas 1-Azul e 3-Vermelha esteja concluída até 2013. O projeto exigirá um investimento total de R$ 780,5 milhões.
Fonte: Valor Econômico
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