Cargueiro passando pela Estação Luz |
A empresa que detém a concessão do trecho é a MRS Logística. O presidente, Eduardo Parente, disse que o governo está mais sensível à questão, já que 2012 se aproxima e a utilização conjunta dos trens de carga com o de passageiros tem que chegar ao fim. A MRS hoje utiliza os trilhos da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) para transpor a capital paulista.
Mas, na capital, as composições têm que passar com uma capacidade reduzida, mais leve, e nos períodos entre 9h e 15h e 21h às 3h. Além disso, a CPTM tem um projeto de aumento de capacidade de transporte de passageiros, com trens novos, que será concluído no próximo ano. Isso limita muito o nosso movimento, pois não podemos crescer, principalmente em carga geral, em função dessa transposição, disse Parente.
O impasse surgiu mesmo na equação financeira do projeto. Pelos planos do governo federal, grande parte dos investimentos seriam realizados pela concessionária que opera essa linha, no caso a MRS. O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) fez um estudo de viabilidade econômica que apontou investimentos federais de em torno de R$ 130 milhões na obra, orçada em cerca de R$ 2 bilhões.
É o maior gargalo ferroviário do país. É inimaginável que o transporte de passageiros cerceie o movimento de cargas, disse recentemente o diretor da Agência Nacional de Transportes Terrestres, Bernardo Figueiredo.
Agora, depois de idas e vidas, a MRS e o governo federal parecem ter chegado a um consenso. Segundo Parente, após várias reuniões entre a empresa e o governo federal, o mais provável será a construção do ferroanel ligando as cidades de Jundiaí e Santos. Serão, segundo ele, 211 quilômetros de trilhos.
Se São Paulo quer resolver o problema do caminhão na cidade, quer melhorar o trânsito nas ruas, a solução é o Ferroanel. Com esse trecho, conseguimos tirar de dentro da capital 4 mil veículos pesados por dia. É um benefício que o governo não pode desprezar, por isso, as conversas estão adiantadas e acredito que em seis meses, sai a definição do projeto e a licitação para a obra, disse o executivo.
Enquanto o ferroanel não vem, a MRS está investindo na segregação das linhas da CPTM na região de Mogi das Cruzes. Serão construídos 12 quilômetros de via e o investimento é de R$ 12 milhões. Só conseguimos resolver parte do problema.
E estes recursos são da MRS, pois, esse projeto se paga sozinho em função do transporte do minério para a Cosipa, em Santos, afirmou Parente. Nos últimos quatro anos, o transporte diário de passageiros saiu de 1,5 milhões para 2,2 milhões e os planos são de atingir 3,7 milhões nos próximos anos.
O plano de expansão da CPTM visa a operação de suas linhas com qualidade de metrô e as vias existentes não admitem mais esse compartilhamento. Fonte: Interlogística