Desde o início do funcionamento do Metrô, o combate aos ratos e baratas é uma questão de segurança operacional. Em 1975, roedores causaram a paralisação do sistema durante horas ao comer um cabo elétrico. Após essa experiência, a Companhia realiza um integrado controle de pragas.
Em 2010, a área total tratada com atividades de desinsetização e desratização foi de 29 milhões de m2, o equivalente a 4.900 campos de futebol. A desinsetização consiste na aplicação de produtos químicos inseticidas em líquido e gel para o combate às baratas, escorpiões, pulgas, moscas, pernilongos e aranhas.
Ao longo de um ano são utilizados 54.500 litros deste produto na formulação líquida e 2.000 peças em gel. Já, a desratização realiza o controle dos ratos por meio de raticida granulado e em pó para uso em tocas.
Em 2010, foram colocados 230 mil sachês ao longo das linhas e dependências metroviárias. Nesses dois processos os produtos são alternados, mudando seu princípio ativo para que a praga não crie imunidade ao produto. Além de atuar nestas duas frentes, a equipe de manutenção também realiza o controle de cupim e do mosquito Aedes aegypti.
O controle das pragas urbanas no Metrô envolve a utilização de quatro métodos de inspeção. O mecânico é realizado com armadilhas adesivas e impedimentos de acessos. O ambiental é feito com a limpeza interna e externa das instalações.
O químico usa aplicação de iscas raticidas e inseticidas no controle de baratas, aranhas, cupins, moscas e pernilongos. A tropa armada do Dr. Angelo A Gerência de Manutenção do Metrô é o setor responsável pelo plano e pelos procedimentos preventivos que minimizam o aparecimento de pragas.
Estão envolvidos com as atividades de sanificação 33 funcionários. A equipe interna especializada conta com 8 colaboradores (1 encarregado + 7 oficiais). |
A empresa contratada tem 25 integrantes. Quem observa a “tropa da sanificação” trabalhando, de segunda a sexta-feira, das 24h às 5h, fica surpreso com o “arsenal” utilizado para o extermínio dos ratos e baratas.
Além dos equipamentos de proteção individual (EPI´s), como máscaras, óculos, capacetes e luvas, os funcionários caminham pelos túneis com bombas atomizadoras, polvilhadeiras e bomba manual costal.
Com tudo isso, não há bicho indesejável que resista. À frente de toda essa turma está o veterinário Angelo Boggio, consultor técnico externo que determina os respectivos produtos químicos, procedimentos e recomendações para as atividades. Há mais de 35 anos, Boggio coordena as ações de higienização do metrô paulistano. Para livrar as estações e vias de ratos tem um segredo. “Abrigo, água e alimento.
Os roedores precisam desses três elementos. Quando acabamos com um deles, os ratos desaparecem. Água não tem jeito, já que chove e ela vaza pelo canos. Abrigo: o Metrô é um imenso. Só podemos retirar o alimento e é o que fazemos”, ressalta o Dr. Angelo. Agora, uma curiosidade, por que os ratos são tão ameaçadores para o Metrô? “Os dentes dos ratos têm crescimento permanente e eles precisam roer para ter o desgaste.
No entanto, eles querem roer especialmente fios elétricos. Os de alta voltagem são os mais apetitosos”, brinca Boggio. Angelo Boggio (74) é um figura simpática, mas um exterminador implacável. Ele se formou em medicina veterinária em 1968 na USP e se especializou no combate às pragas. Boggio viajou o mundo e acumulou experiências na área sanitária.
Mas quem pensa que ele quer o fim de todos os roedores está enganado. “Se os ratos desaparecessem a vida não ficaria nada melhor. Teríamos infestação de baratas e formigas. Eles fazem parte do equilíbrio ambiental”, esclarece. Locais higienizados e tratados O Metrô desenvolveu uma rotina para cada uma das atividades. Assim, nenhuma dependência fica sem passar pelo tratamento.
No anel sanitário, que compreende ruas e avenidas num raio de 50 metros do eixo das linhas do Metrô, a aplicação acontece em bocas-de-lobo, canaletas de água pluvial e vias de acesso ao esgoto, numa periodicidade de 90 dias para desinsetização e 60 dias para desratização.
Na via, que é a área delimitada pelo túnel ou muros divisórios das linhas e pátios, o processo compreende a aplicação de iscas raticidas ao longo da linha na distância aproximada de 40 metros uma da outra e próximo dos equipamentos e caixas de saídas de cabos.
A desinsetização, na formulação liquida, acontece sob a plataforma ao longo da estação até 50 metros além da extremidade e próximo dos equipamentos e caixas de saídas de cabos ,numa periodicidade de 90 dias para desinsetização e 60 dias para desratização.
Nas estações e edifícios, o trabalho do Dr. Ratão envolve as estações, edificações como sub-estação e retificadoras, oficinas, pátios, galeria de cabos e salas técnicas passam pela higienização a cada 90 dias para desinsetização e 60 dias para desratização.
Estação Tamanduatei |
As embalagens dos produtos químicos, os raticidas recolhidos e os cadáveres de roedores são destinados ao incinerador através da empresa contratada e evidenciados através de documentos específicos (Certificado de Destinação de Resíduos Industriais – CDR ), que são essenciais para atender as auditorias da ISO14001 (Sistema de Gestão Ambiental-SGA).
Nem o labirinto da Estação São Bento escapa Na estação São Bento, com cerca de 40 metros de profundidade, está o “Diafragma”, vão que fica entre as edificações do Mosteiro e da estação. Nem mesmo essa área de difícil acesso deixa ser desratizada e desinsetizada. Para acessar esse labirinto vertical entre paredes, a equipe da sanificação tem que descer um escada tipo marinheiro e passar por túneis de 1,5 m de diâmetro.
Entre os diversos pavimentos do lugar, há estruturas de tubulações por todos os lados. Também em certos pontos é possível avistar os cabos que desembocam na via. A cada andar, a equipe vai depositando as iscas e aplicando o inseticida. Tudo isso para a segurança operacional do sistema.
O mais complicado é levar os tanques de produtos químicos, mas nada que a prática não resolva. Ah! Alimentação reforçada antes de descer e o uso de uniforme são práticas fundamentais para o bom desenvolvimento das atividades. Fonte: Metrô SP Fotos: Ricardo Guimarães