Em montagem. Réplica em tamanho real do monotrilho |
Se a parte mais visível da construção do monotrilho que vai ligar Vila Prudente a Cidade Tiradentes (prolongamento da Linha 2-Verde do Metrô), na zona leste, são as vigas sendo erguidas na Avenida Professor Luiz Ignácio de Anhaia Melo, a parte mais complexa do projeto está sendo construída a milhares de quilômetros dali, em Kingston, no Canadá, e será montada em Hortolândia, interior do Estado, no começo do ano que vem: os trens que o paulistano vai usar ali.
Projetado para transportar até 1 mil pessoas por vez - distribuídas em sete vagões sem divisórias, sem maquinista e com ar condicionado - o primeiro trem do monotrilho está, atualmente, percorrendo uma espécie de pista de testes que a fabricante do modelo, a Bombardier, mantém em sua cidade natal.
Segundo o diretor de comunicação e relações institucionais da empresa, Luis Ramos, após todos os testes é que começa a montagem no Brasil. A previsão da Bombardier é que o primeiro trem esteja em funcionamento, em São Paulo, em junho do ano que vem. O cronograma da Secretaria de Estado dos Transportes Metropolitanos é que a linha, com 26 paradas, só esteja em funcionamento integral em 2015.
O monotrilho é um tipo de transporte visto com ressalvas por especialistas. Entre as principais críticas, está o fato de que, em nenhum lugar do mundo, há um modelo parecido com o que será montado em São Paulo: a expectativa do governo é que o monotrilho paulistano transporte até 40 mil pessoas por hora, número tido como além da capacidade desse tipo de veículo.
Ramos rebate as críticas. "Esse modelo sai de um desenvolvimento para preencher o vácuo existente entre os modais para mais de 20 mil passageiros por hora (como um corredor de ônibus) e abaixo dos 50 mil por hora (como o Metrô)", afirma. "Essa zona estava sendo ocupada por modais que não estavam adequados para ela", completa. "Ele está desenhado para comportar até 48 mil pessoas".
O diretor afirma que o passageiro não vai notar muita diferença entre um vagão do monotrilho e um do metrô. "É quase como um metrô n0rmal. A diferença é que o passageiro pode viajar vendo a paisagem", promete.
A construção do monotrilho está sendo feita por um consórcio que inclui, além da Bombardier, as construtoras OAS e Queiroz Galvão. É uma obra de R$ 2,4 bilhões. Após o fim da construção, o Metrô sinalizou a opção de entregar a operação à iniciativa privada, por meio de PPP (Parceria Público-Privada). A previsão é que 500 mil pessoas usem o sistema diariamente. A primeira parada, até a Estação Oratório, deve ficar pronta em 2012.
A reportagem ouviu especialistas em transporte para falar das expectativas sobre o novo modal e a maioria se mostrou cética e prefere esperar a linha começar a operar. "Como não existe um modelo (de monotrilho) com tanta capacidade no mundo, é melhor esperarmos. Pode ser uma surpresa agradável ou desagradável. Você não sabe como o usuário vai reagir", diz o mestre em engenharia Jaime Waisman.
LÁ TEM...
Modelo menor é usado na Índia
Cidades populosas de países em desenvolvimento, como Mumbai, na Índia, também estão construindo sistemas de monotrilho para melhorar a mobilidade urbana. Uma das justificativas dos gestores para a escolha desse modelo é o custo, mais baixo do que construir um metrô, por exemplo. Em Chicago e Las Vegas, cidades dos Estados Unidos, modelos de escala reduzida e menor capacidade de passageiros são usados desde a metade da última década. Nesta semana, réplica em tamanho real do monotrilho será exposto ao público no Expo Center Norte.
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