Subsídio vai depender de resultado de auditoria nas empresas de ônibus.
Relatório final devera ser entregue ao prefeito ainda esta semana
A Prefeitura de São Paulo estuda criar tarifa zero nos ônibus para estudantes de baixa renda, informou o SPTV. No entanto, não há informações de onde vai sair o dinheiro para bancar essa passagem grátis.
A mobilidade foi o assunto da última edição do programa "Gabinete Aberto", feito pela Prefeitura e transmitido na tarde de segunda-feira (15) pela internet. O prefeito Fernando Haddad (PT) falou sobre o resultado da auditoria feita nas empresas de ônibus.
Ele disse que o lucro das empresas é de 15%, segundo os auditores. Haddad lembrou que os contratos estão acabando e que os editais paras novas licitações vão prever taxas de retorno mais enxutas, perto de 10%. O prefeito também defendeu tarifa zero para os estudantes de baixa renda.
“Eu acho, até como ex-ministro da Educação, eu percebo na demanda dos estudantes um foco muito claro. Assim, se o transporte é parte da educação, como preceitua a nossa legislação, não é razoável que o estudante pague para estudar. Colide com o conceito de educação pública gratuita, que é o que reza a Constituição”, declarou o prefeito.
A tarifa zero entrou na pauta das reivindicações dos protestos de junho do ano passado, assim que foi anunciado o aumento das passagens para R$ 3,20. Dezenas de milhares de pessoas foram às ruas. Os atos pararam avenidas e registraram vandalismo e prisões.
Primeiro, a possibilidade de reduzir as tarifas de ônibus, metrô e trens foi descartada. Mas depois, o prefeito e o governador Geraldo Alckmin (PSDB) voltaram atrás.
O prefeito vai receber, ainda esta semana, o relatório final da auditoria feita no sistema de transporte público de São Paulo. Haddad disse que, com todas as informações da auditoria, vai fazer as contas para saber se é possível criar a tarifa zero e de onde sairia o dinheiro para esse subsídio.
O professor da escola de Sociologia e Política de São Paulo e da Pontifícia Universidade Católica, Rafael Araújo, especialista em políticas públicas, vê uma mudança de postura da Prefeitura, que passa a tratar a tarifa de ônibus de forma menos matemática e mais social. “A gente está falando de estudantes de baixa renda. Quer dizer, para que ele cumpra com seus estudos, com seus objetivos, para explorar a cidade, é preciso que isso seja viabilizado, e essa parcela necessita nesse estágio da vida de subsídios do estado” esclareceu.
Nos pontos de ônibus, o que os passageiros mais defendem é a qualidade no transporte. “Estou aqui a meia hora esperando o ônibus e não vem. Então, sabe eles tinham que fazer muita melhoria para aumentar a passagem de ônibus” reclamou uma passageira.
G1