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17 de dezembro de 2014

Prefeitura de SP estuda adotar tarifa zero para estudantes de baixa renda

Subsídio vai depender de resultado de auditoria nas empresas de ônibus.
Relatório final devera ser entregue ao prefeito ainda esta semana

A Prefeitura de São Paulo estuda criar tarifa zero nos ônibus para estudantes de baixa renda, informou o SPTV. No entanto, não há informações de onde vai sair o dinheiro para bancar essa passagem grátis.

A mobilidade foi o assunto da última edição do programa "Gabinete Aberto", feito pela Prefeitura e transmitido na tarde de segunda-feira (15) pela internet. O prefeito Fernando Haddad (PT) falou sobre o resultado da auditoria feita nas empresas de ônibus.

Ele disse que o lucro das empresas é de 15%, segundo os auditores. Haddad lembrou que os contratos estão acabando e que os editais paras novas licitações vão prever taxas de retorno mais enxutas, perto de 10%. O prefeito também defendeu tarifa zero para os estudantes de baixa renda.

“Eu acho, até como ex-ministro da Educação, eu percebo na demanda dos estudantes um foco muito claro. Assim, se o transporte é parte da educação, como preceitua a nossa legislação, não é razoável que o estudante pague para estudar. Colide com o conceito de educação pública gratuita, que é o que reza a Constituição”, declarou o prefeito.

A tarifa zero entrou na pauta das reivindicações dos protestos de junho do ano passado, assim que foi anunciado o aumento das passagens para R$ 3,20. Dezenas de milhares de pessoas foram às ruas. Os atos pararam avenidas e registraram vandalismo e prisões.

Primeiro, a possibilidade de reduzir as tarifas de ônibus, metrô  e trens foi descartada. Mas depois, o prefeito e o governador Geraldo Alckmin (PSDB) voltaram atrás.

O prefeito vai receber, ainda esta semana, o relatório final da auditoria feita no sistema de transporte público de São Paulo. Haddad disse que, com todas as informações da auditoria, vai fazer as contas para saber se é possível criar a tarifa zero e de onde sairia o dinheiro para esse subsídio.

O professor da escola de Sociologia e Política de São Paulo e da Pontifícia Universidade Católica, Rafael Araújo, especialista em políticas públicas, vê uma mudança de postura da Prefeitura, que passa a tratar a tarifa de ônibus de forma menos matemática e mais social. “A gente está falando de estudantes de baixa renda. Quer dizer, para que ele cumpra com seus estudos, com seus objetivos, para explorar a cidade, é preciso que isso seja viabilizado, e essa parcela necessita nesse estágio da vida de subsídios do estado” esclareceu.

Nos pontos de ônibus, o que os passageiros mais defendem é a qualidade no transporte. “Estou aqui a meia hora esperando o ônibus e não vem. Então, sabe eles tinham que fazer muita melhoria para aumentar a passagem de ônibus” reclamou uma passageira.

G1

Página: Oficial Diário da CPTM

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