Rede estadual começou ano letivo em 27 de janeiro. SPTrans disse que falha será resolvida até o fim da semana.
Falhas no site da São Paulo Transportes (SPTrans) e demora em filas nos postos autorizados são alvo de reclamações de pais e alunos que buscam utilizar o Bilhete Único em São Paulo. Os problemas foram apontados pelos passageiros desde a semana passada, quando as aulas foram retomadas.
A SPTrans reconheceu que o sistema apresentou problemas para o Bilhete Único Mensal, mas prometeu regularizar a situação até o fim desta semana. A empresa não deu detalhes sobre os motivos da falha.
O G1 também aguarda novo posicionamento da SPTrans sobre as filas verificadas em postos. Nesta tarde de quinta-feira (6), no Centro, pais afirmavam ter aguardado até 3 horas na fila por atendimento.
Opções de pagamento
Os estudantes que pretendem usar o Bilhete Único em 2014 têm a opção de revalidar o cartão utilizado no ano passado ou solicitar um novo, com isso, poder aderir ao Bilhete Único Mensal Estudante. Entretanto, qualquer uma das opções deve ser feitas no site daSão Paulo Transporte (SPTrans) . Depois, é preciso pagar o boleto em um banco ou em lotéricas.
Com o Bilhete Único Mensal, os alunos podem fazer quantas viagens quiserem nos ônibus (ou no Metrô e trens de São Paulo) pagando tarifa de R$ 70. Já quem pretende fazer integrações precisa pagar R$ 140 para usar ônibus, no Metrô e trens no mesmo deslocamento.
Problemas na colocação de créditos
Pais e estudantes reclamam de problemas na hora de optar pela modalidade de pagamento ou ainda de cadastros incompletos no site da SPTrans. O cobrador Paulo Aparecido Ribeiro de Carvalho, de 52 anos, diz que não conseguiu ainda colocar crédito no Bilhete Único Mensal da sua filha, uma estudante de 16 anos do Ensino Médio.
“Eu fiz o cadastramento e não consigo fazer a recarga com a tarifa do Bilhete Único Mensal. Só consegui colocar (crédito) no sistema antigo”, afirmou. No Bilhete Único de Estudante, única opção para os alunos até o ano passado, o estudante pagava meia passagem a cada viagem.
A filha do cobrador estuda em duas escolas diferentes e faz curso de espanhol aos sábados. “Para mim, não compensa. O novo [o Bilhete Único Mensal de Estudante] é mais vantajoso. No sistema antigo, eu gastaria R$ 90. Com o novo, R$ 70”, conta.
Após várias tentativas de fazer a recarga pela internet, ele foi ao Terminal AE Carvalho, onde recarregou as cotas, mas não conseguiu informações de quando o sistema permitiria, enfim, recarregar como Bilhete Único Mensal.
Ele foi se informar em um posto da SPTrans, na Rua XV de Novembro, no Centro. ”É um absurdo. Eu fiquei 3 horas na fila e desisti, porque a fila não anda”, diz.
Cotas
A dificuldade da comerciária Marta Fonseca, de 48 anos, é revalidar o Bilhete Único de Estudante, que o filho já utilizava no ano passado. “Eu tento de manhã, de tarde, de noite e de madrugada e não consigo. Aparece a possibilidade de recarregar como Bilhete Único Mensal, mas, para mim, não compensa.
Desde o começo das aulas, ele está pagando passagem integral”, afirmou. A comerciária diz que na página da SPTrans aparece que a escola onde o filho estuda não forneceu as informações. “Mas isso não é verdade. A escola já disse que fez o cadastro do meu filho e, pelo telefone 156, já me informaram que os dados do meu filho estão cadastrados, sim”, disse.
A advogada Soraia França, de 38 anos, também teve dificuldades esse ano para conseguir o Bilhete Único de Estudante do filho. “Na verdade, eu poderia ter apenas revalidado o bilhete antigo. Assim, em dois dias eu poderia colocar as cotas necessárias. Eu fui mal informada na escola do meu filho e acabei solicitando um novo. Agora preciso esperar mais cinco dias para ele chegar”, disse.
Em Santana, na Zona Norte, ela foi orientada a procurar o posto da SPTrans na Rua XV de Novembro. “Disseram para mim em Santana que eles não tinham informações. Então fui até o Centro. A fila estava imensa. As pessoas ficaram na rua sob o sol, passando muito calor. Fiquei na fila duas horas e meia e não consegui retirar senha para atendimento. Acho que eles poderiam fazer alguma triagem”, afirmou.
Fonte: G1 SP