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21 de fevereiro de 2014

Metrô decide manter contrato com a Alstom de sistema que não funciona


Mesmo com acúmulo de falhas que perduram por três anos, o Metrô decidiu não suspender o contrato com a Alstom para implantação do sistema chamado CBTC (Sistema de Controle de Trens Baseado em Comunicação, em português), que deveria reduzir a superlotação por meio de intervalos menores entre os trens.

Quando o contrato foi assinado, em 2008, durante o governo de José Serra (PSDB), o CBTC foi apresentado como a solução para os problemas de superlotação.

A suspensão havia sido pedida pelo promotor Marcelo Milani.

O problema mais comum é que os trens somem no sistema de controle e monitoramento. Viram "trens fantasmas", como dizem funcionários do Centro de Operação e Controle do Metrô. Sem saber onde o trem está, há risco de acidentes.

O Metrô diz que não vai suspender o contrato por não ver irregularidades. Outro problema seria a eventual indenização que a companhia teria de pagar por quebra de contrato.

O sistema foi contratado em 2008 por R$ 726 milhões e deveria ter sido entregue em 2010. Por causa dos problemas e dos atrasos, o Metrô aplicou multas de R$ 77 milhões à Alstom e suspendeu os pagamentos há um ano. Uma arbitragem internacional busca sanar o conflito.

A Alstom ganhou a licitação, apesar de não ser especialista nesse tipo de sistema. O Metrô de Santiago do Chile também enfrenta problemas com o CBTC da multinacional francesa.

A empresa é investigada em duas frentes no Brasil: por suspeita de ter subornado políticos do PSDB e funcionários públicos para o fornecimento de equipamentos para subestações da Eletropaulo e EPTE (Empresa Paulista de Transmissão de Energia) e por suspeita de participar de um cartel junto com a Siemens, Bombardier, CAF, entre outras. Na última terça-feira, a Justiça Federal abriu uma ação penal com 11 réus no caso das subestações de energia.

Nenhum executivo da Alstom foi encontrado para comentar a decisão do Metrô.

A empresa nega ter pago propina de R$ 23,3 milhões para obter o contrato de R$ 181,3 milhões com a Eletropaulo e EPTE. A multinacional diz adotar um código de conduta que todos os seus funcionários devem seguir. De acordo com a companhia, esse código de conduta é vistoriado por uma entidade independente, a Ethic Intelligence, que afirmou que o programa atingiu "os mais altos padrões internacionais".

Fonte: Folha de SP