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28 de setembro de 2011

Acusado de fazer jovem pular de trem diz que tumulto ‘parecia brincadeira’


Durante interrogatório na noite desta quarta-feira (28), o analista de sistemas Vinícius Parizatto negou ter mandado dois jovens pular de um trem em movimento em Mogi das Cruzes, na Grande São Paulo, em 7 de dezembro de 2003. Na ocasião, Cleiton da Silva Leite,que tinha 20 anos, morreu e Flávio Augusto Nascimento Cordeiro, então com 15 anos, perdeu o braço direito em razão dos ferimentos. O julgamento teve início às 13h, no fórum da cidade.
Parizatto é julgado pelos crimes de homicídio e tentativa de assassinato. Em maio deste ano, Juliano Aparecido de Freitas, conhecido como Dumbão, foi julgado pelos mesmos crimes e acabou condenado a 24 anos de prisão. Danilo Gimenez Ramos, o terceiro acusado pelos crimes, também aguarda julgamento. Nesta quarta, o júri é formado por cinco homens e duas mulheres.
Diante da juíza Renata Vergara Emmerich de Souza, o réu alegou inocência e disse que “nunca” participou de qualquer movimento skinhead, como afirma o Ministério Público. Ele contou que só viu um tumulto no penúltimo vagão de onde Leite e Cordeiro se jogaram pela janela. “A verdade ali é que ninguém sabia o que estava acontecendo. Parecia brincadeira mesmo. Depois, o tumulto se dispersou”, relatou Parizatto, que afirmou estar longe, no último vagão. A composição possuía passagem livre entre os vagões.
O réu falou por 55 minutos – entre 17h55 e 18h50. Em determinado momento do interrogatório, chorou. “Eu não aguento mais esse sofrimento, eu quero trabalhar, estudar. É uma prisão sem muros.” O réu disse que, atualmente, trabalha como free-lancer e admitiu ter “um pouco de medo de sair” de casa. De acordo com o Tribunal de Justiça, ele responde ao processo em liberdade porque foi beneficiado por um habeas corpus.
Reprodução de imagens da CPTM mostram dois jovens saltando de trem em movimento: um deles morreu e outro perdeu o braço em 2003 (Foto: (Reprodução/arquivo))Reprodução de imagens da CPTM mostram dois
jovens saltando de trem em movimento: um deles
morreu e outro perdeu o braço em 2003
(Foto: Reprodução/ Arquivo)
O réu negou conhecer as vítimas e hesitou quando o promotor Marcelo Marcelo Alexandre de Oliveira perguntou se, durante o processo, ele havia sido chamado de nazista. Depois do silêncio, o analista de sistemas respondeu: “Não tinha por que eu responder isso”. Parizatto ficou preso por um ano e oito meses.
Durante a audiência, cinco pessoas foram ouvidas pela juíza: quatro do juízo (em comum para defesa e acusação) e uma testemunha de defesa, que é a mãe do réu. Ela contou que só soube que o filho estava envolvido no caso pela mídia e afirmou acreditar na inocência dele. “Ele pediu que eu acreditasse nele e eu acredito”, afirmou Sandra Barreto Parizatto.
Cordeiro, que teve o braço amputado em função da queda do trem, foi o primeiro a falar. Ele negou pertencer a um grupo punk, apesar de usar um corte de cabelo estilo moicano. Relatou que os três réus agiram juntos e que ouviu eles gritarem: “Ou pula ou morre”.
Depois do depoimento do réu, a juíza fez uma pausa na sessão, que foi retomada às 19h10. O julgamento deve entrar na fase de debates entre acusação e defesa. Depois disso, os jurados se reúnem para decidir se condenam o réu.


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