O diretor geral da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), Bernardo Figueiredo, disse hoje que o governo negociará com o consórcio vencedor do leilão do Trem de Alta Velocidade (TAV) a antecipação de parte das obras. O objetivo é que ao menos o trecho que liga São Paulo ao Rio de Janeiro esteja pronto até 2016, ano em que a Olimpíada será realizada na capital fluminense. O trajeto completo do trem-bala inclui Campinas (SP), São Paulo e Rio.
"Trabalhamos com o cronograma de que as obras comecem no segundo semestre de 2012. Pelo edital, o TAV tem que ser construído em seis anos, ou seja, por esse cronograma deve estar pronto até 2018. Mas vamos procurar fazer um esforço com o grupo vencedor para que pelo menos um trecho esteja funcionando até a Olimpíada", afirmou.
Figueiredo participou nesta manhã de um seminário sobre o TAV na sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), na capital paulista. Durante sua apresentação, defendeu a modelagem do projeto, mas disse que o governo está aberto ao diálogo. "Fizemos uma modelagem que exige competitividade do empresário para que ele tenha o melhor padrão de retorno. E é uma modelagem que exige pouco esforço do poder público em termos de aporte de recursos", afirmou. "Vamos continuar abertos para ajustes se forem importantes", disse.
Depois, em conversa com jornalistas, deixou claro que os principais pontos do edital, como prazo de concessão e o valor da tarifa, não estão abertos para discussão. Ele disse que apenas alguns detalhes do projeto podem vir a ser discutidos - por exemplo o ponto do edital que hoje dá ao governo a autonomia de decidir qual empresa brasileira participará da transferência de tecnologia. "Os investidores querem participar dessa escolha. Isso é legítimo e pode ser mudado", afirmou.
O diretor da ANTT disse acreditar que há condições de pelo menos três consórcios participarem do leilão marcado para 29 de julho, com data prevista para entrega das propostas até 11 de julho. "Mas se tiver um consórcio já está bom", afirmou. Ele descarta a possibilidade do leilão ser mais uma vez adiado.
No início deste mês, o governo brasileiro adiou pela segunda vez o leilão de concessão do trem-bala. A licitação, que inicialmente deveria ter ocorrido em dezembro do ano passado, já havia sido remarcada para 29 de abril. Fonte: Estadão