O trem regional Sorocaba-São Paulo, iniciativa da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) que permitirá baixar o tempo de ligação entre as duas cidades para cerca de 50 minutos, já está em fase de estudos. A estatal paulista divulgou no último dia 11 de feveireiro, através do Diário Oficial, a empresa vencedora de licitação para a elaboração de estudos de traçado, viabilidade técnica, operacional e ambiental, de inserção urbana e de projeto funcional da obra: o consórcio Planservi Oficina.
Um dos aspectos a serem avaliados é se a ligação utilizará a antiga linha da Sorocabana/Fepasa entre as duas cidades, com paradas em Osasco, Itapevi, São Roque e Mairinque. Nesta última cidade mora o estudante Jomar Luiz Bellini, para quem a alternativa de transporte certamente será mais barata do que o automóvel. "Será bom para aqueles que viajam todo dia, pois elimina trânsito, pedágio e manutenção do carro". Ele também aponta o tempo de viagem – a CPTM projeta entre 45 e 55 minutos de trajeto, com composições correndo entre 120 e 150 km/h – como um dos principais atrativos. "Quando você vai de carro ou de ônibus, não sabe quando vai chegar à São Paulo", diz.
"Os caminhões ocupam três pistas, há excesso de veículos e principalmente de pedágios. A rodovia Castello Branco é uma das melhores rodovias do país mas peca pelos excessos", conta a professora Maria Cristina Gobbi, que mora em São Bernardo e dá aulas em uma universidade de Sorocaba. Ela acredita que o trem rápido trará comodidade e segurança aos passageiros e progresso à cidade. "Sorocaba é muito perto de São Paulo, poderia ser um grande pólo de relacionamento com a capital, mas ninguém aguenta a viagem", explica. Essa opinião é compartilhada por Pedro Zille Dutra, membro do Conselho Municipal de Turismo de Sorocaba. "O trem facilitará a economia, o turismo de negócios – ponto forte da cidade – e também a ida e vinda de trabalhadores que hoje utilizam os ônibus", conta.
Os problemas da ligação rodoviária entre Sorocaba e São Paulo também foram lembrados por Guilherme Giavoni, estudante de Jornalismo. "A Cometa tem um monopólio entre as duas cidades", reclama. Segundo ele, de todas as vezes que esteve na capital, só escapou do engarrafamento nas marginais numa véspera de Natal. "Trem transporta mais gente, oferece mais conforto e não fica preso no trânsito", afirma. Jomar Luiz também lembrou do serviço rodoviário. "A Cometa cobra R$16 pela viagem; o trem só será viável se o valor for convidativo".
Zille e Giavoni lembram que o abandono da ferrovia no Brasil foi um grande erro. "O reinvestimento nesse meio de transporte é bom para o país e para o cidadão que precisa viajar", afirma o estudante. Zille Dutra citou como exemplo os países europeus, onde o transporte ferroviário tem grandes índices de aproveitamento tanto para o transporte cargas quanto para o de passageiros. Vem de lá uma das hipóteses a serem testadas na linha férrea já existente, com um considerável trecho de serra entre Itapevi e Alumínio: um trem utilizado na Itália que permite a existência de curvas acentuadas no traçado, sem perda de velocidade e de conforto. Fonte: Por Eric Mantuan, da redação Railbuss
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