Nesta semana, representantes da Prefeitura se reunirão com o secretário de Estado de Turismo, Roberto de Lucena, com o objetivo de retomar as tratativas que visam tirar do papel o roteiro original do Expresso Turístico, que contempla o percurso ferroviário entre as estações da Luz e o Distrito de Sabaúna.
A proposta é não só estender o percurso, que hoje para em Mogi das Cruzes, como também ampliar as viagens do trem que traz turistas para a Cidade.
O Expresso Turístico é uma das 13 oportunidades para alavancar o setor e que estão listadas na minuta do Plano Diretor de Desenvolvimento Turístico, apresentado ontem durante audiência pública realizada no auditório do Cemforpe, no Nova Mogilar.
O documento colocado em discussão ontem, entre um público formado principalmente por empreendedores do setor turístico, é resultado de um convênio entre a Prefeitura de Mogi das Cruzes e o curso de Turismo da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (ECA/USP), que está em desenvolvimento desde o ano passado.
Elaborado com o objetivo de orientar ações para aprimorar e diversificar a oferta turística, além de desenvolver projetos para o crescimento do turismo na Cidade, o Plano Diretor contempla um raio-x das principais forças e fraquezas do setor no Município, assim como lista as principais oportunidades e ameaças. As diretrizes propostas são para execução nos próximos 10 anos, com atualizações a cada três anos. As sugestões apresentadas ontem serão avaliadas e consolidadas no plano, que deverá ser concluído em dezembro.
No caso do Expresso Turístico, ele é apontado no Plano Diretor como uma grande oportunidade para aquecer o fluxo turístico na Cidade. Funcionando desde 2009, ele realiza uma viagem por mês – sempre no segundo sábado - e com uma média de 180 passageiros, que tem na Cidade quatro opções de roteiro: rural, ecológico, cultural e ecocultural. A passagem custa R$ 39,50 por usuário, sendo que os passeios são cobrados a parte.
A proposta municipal, já embasada numa das diretrizes do novo documento, é estender o destino do Expresso Turístico até a bucólica Sabaúna, que era o previsto inicialmente, mas que não foi levado em frente, entre outras coisas, em razão da necessidade de compartilhamento da linha com o transporte de cargas. O coordenador municipal de Turismo, Fábio Barbosa, acredita que só o fato de ter Sabaúna como destino final atrairá mais turistas para a Cidade.
"É possível conseguir isso, pois hoje já temos o Trem de Natal que vai para Sabaúna. Precisamos mostrar para a CPTM que é viável e, para isso, esperamos contar com a ajuda da Secretaria de Estado de Turismo”, ressalta Barbosa.
Distante 20 quilômetros do Centro de Mogi, Sabaúna ainda preserva características rurais e tem atraído cada vez mais visitantes. As suas principais atrações são justamente a antiga estação, onde funciona o Museu Ferroviário, que reúne acervo de itens que moviam as locomotivas no passado, e as fazendas que possibilitam o contato com o campo, animais e aves. E a novidade, que é o espaço da antiga Pedreira para o turismo de rapel e outras atividades de aventura. Outra atração são as corridas rústicas e provas de ciclismo.
Outra discussão será para ampliar as viagens, que antes eram quinzenais e após a implantação de novos destinos turísticos foi reduzida pela CPTM para uma vez ao mês. Isso é porque só há uma locomotiva para atender ao Estado. O Município, no entanto, tenta viabilizar uma outra composição, uma Litorina, com capacidade para cerca de 60 lugares, que se tiver sua circulação autorizada, poderá trazer turistas em mais dias para a Cidade.
Em um ano, 400 mil visitantes
A Coordenadoria Municipal de Turismo estima que Mogi das Cruzes receba uma média de 400 mil turistas/ano, o equivalente ao total de habitantes para a Cidade. O número é calculado com base no faturamento do setor e leva em conta apenas os turistas que se hospedam nos hóteis e pousadas – são cerca de dois mil leitos. Os visitantes de um dia, que são um dos destaques do Município, não estão contabilizados.
Em atrativos, Mogi conta com mais de 30 destinos, com destaque principalmente para os rurais e de aventura. A Cidade tem opções que vão do Pico do Urubu, referência para o voo de paraglider (voo livre), até as pedreiras que possibilitam a prática do rapel (em Sabaúna) os passeios de remo e rafting no Rio Itatinga, no Parque das Neblinas, em Taiaçupeba. Há, ainda, opção para quem curte escalada indoor e outdoor, num ginásio de escalada que funciona em plena área urbana, na Vila Oliveira.
Mais informações sobre os atrativos da cidade na Coordenadoria de Turismo pelo telefone 4790-5142 ou 4798-5078.
City tour movimenta setor, inova rotas e cria entidade
Com roteiros variados e baixo custo, o programa Mogi para Mogianos é apontado como uma das forças do turismo local e com potencial para alavancar o setor. Neste domingo, a iniciativa alcança a marca de quatro mil passageiros desde 2010, quando o city tour foi lançado. Hoje já não são apenas moradores da Cidade que fazem o passeio. Os hotéis e agências descobriram o projeto e todos os finais de semana os ingressos se esgotam. Na média, 80% dos passageiros são mogianos e 20% visitantes que se encontram por Mogi.
Os passeios acontecem aos domingos, com saída do Parque Centenário, às 10 horas. O ingresso custa R$ 5 por pessoa. Do primeiro ao terceiro acompanhante, o ingresso sai por R$ 2,50. Os passeios são mesclados, ou seja, contemplam um roteiro cultural e um religioso ou um ecológico e um cultural, por exemplo. A agenda do mês é disponibilizada no site www.mogidascruzes.sp.gov.br e detalhes e reservas podem ser feitos, de terça a domingo, das 9h às 15h, no Centro de Informações Turísticas do Parque Centenário. São 26 lugares disponíveis por passeio.
Segundo o coordenador municipal de Turismo, Fábio Barbosa, o Mogi para Mogianos está entre as iniciativas que ajudaram a alavancar o setor na Cidade, principalmente, o turismo rural. Ele lembra que, no começo, era apenas uma propriedade – o Orquidário Oriental, no Itapeti. Hoje são mais de 18 propriedades rurais.. Ao todo, são 30 destinos, que contemplam espaços públicos, ateliês de artistas plásticos e templos religiosos. Até neste último ocorreram avanços. Antes, os passeios se resumiam as igrejas históricas da Cidade, como as do Carmo. Hoje, já contemplam a mesquita islâmica, um templo budista e até mesmo um centro de umbanda e bruxaria.
Do projeto se originou uma associação – a Asdetur, que reúne 18 empresários de turismo rural, que se uniram para explorar o segmento de forma sustentável e concisa. Essa organização e o suporte da Administração são apontados no diagnóstico da USP como uma das forças do turismo local. Nesta lista inclui-se, também, o fato de Mogi das Cruzes reunir a segunda maior comunidade japonesa no Brasil e contar com associações e eventos que são referência em todo o País, como o Akimatsuri. Uma curiosidade é que a maioria dos proprietários de atrativos rurais é de origem japonesa. E uma das oportunidades apresentadas para o Plano Diretor é fazer do Bairro da Liberdade, em São Paulo, um polo emissor de turistas para Mogi. Outra proposta é se valer das represas do Alto Tietê para o desenvolvimento do turismo e lazer.
Diário de Mogi